A reforma ministerial de Luiz Inácio Lula da Silva expôs ainda mais seu isolamento político e a dificuldade de manter aliados em seu governo. Com a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, o PT passa a controlar 12 ministérios, consolidando seu domínio no alto escalão. A movimentação, porém, não reflete força, mas sim a falta de opções diante da debandada de aliados e da crescente queda de popularidade do presidente, que atinge 70% de reprovação em alguns estados.
PT preenche lacunas deixadas pela perda de apoio
Desde o início do governo, nove ministros foram substituídos, e a gestão petista criou mais um ministério, ampliando o total para 38 pastas. A última dança das cadeiras revelou o enfraquecimento da base aliada, com partidos como PP, Republicanos, União Brasil e PSD avaliando o desembarque. Sem alternativas para negociar apoios, Lula centraliza ainda mais o poder no PT, o que pode gerar ainda mais resistência no Congresso.
Reforma expõe crise na articulação política
A nomeação de Gleisi Hoffmann, conhecida por seu perfil agressivo e dificuldades em dialogar, é vista por parlamentares como um sinal de que Lula desistiu de tentar ampliar sua base de apoio. O presidente já enfrenta derrotas no Congresso e pode encontrar ainda mais dificuldades na aprovação de projetos essenciais, como a revisão do arcabouço fiscal.
Com a base política se esfarelando e sua popularidade em queda livre, Lula aposta no fortalecimento do PT. Mas essa estratégia pode isolar ainda mais seu governo, afastando aliados estratégicos e intensificando o desgaste com o Congresso e a opinião pública.