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sexta-feira, 18 abril, 2025
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Investigação sobre espionagem da Abin no Paraguai preocupa Planalto e pode atingir alto escalão do governo Lula

Por Alexandre Gomes

Caso envolvendo vigilância ilegal sobre país vizinho é tratado como “nitroglicerina pura”; diretor da agência, homem de confiança do presidente, será interrogado

A investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra autoridades do governo do Paraguai ganhou novos contornos nesta semana e é considerada nos bastidores de Brasília como “nitroglicerina pura”, segundo revelou o jornalista Cláudio Humberto, do Diário do Poder. A gravidade do caso preocupa o Palácio do Planalto, tanto pelos possíveis danos diplomáticos quanto pelo potencial de atingir figuras-chave da atual gestão.

No centro das investigações está o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, homem de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comandou a Polícia Federal durante o segundo mandato do petista. Corrêa deverá prestar depoimento nesta semana à PF sobre a suspeita de destruição de provas, em uma tentativa de encerrar o caso antes que ele ganhe proporções ainda maiores.

A investigação foi deflagrada após uma denúncia interna feita por um servidor da própria Abin, apontando que agentes da agência teriam monitorado ilegalmente autoridades paraguaias para antecipar posições do país vizinho nas negociações sobre a usina de Itaipu — um movimento que, além de irregular, compromete a confiança diplomática entre os dois países e ameaça o acordo bilateral firmado desde 1973.

Segundo as suspeitas, para encobrir as ações ilegais, o comando da Abin teria determinado a formatação de discos rígidos de computadores da agência, na tentativa de eliminar rastros da operação. A medida, caso confirmada, configura destruição de provas e obstrução de investigação, crimes graves que, se comprovados, podem envolver responsabilidades diretas do alto escalão da inteligência brasileira — e, eventualmente, do próprio governo federal.

Apesar da gravidade, o Planalto tenta minimizar os efeitos. Em articulação com setores da base, interlocutores do governo apressaram-se em afirmar que a apuração já estaria em “fase final”, mesmo com apenas quinze dias de investigações, o que gerou ainda mais desconfiança sobre a real disposição de esclarecer o episódio.

No Paraguai, o caso também repercute negativamente e está sob apuração. Autoridades locais expressaram indignação com a suposta violação da soberania nacional, e observadores temem que o episódio possa comprometer as relações diplomáticas e energéticas entre os dois países.

O episódio é mais um elemento que coloca a gestão Lula sob forte escrutínio, desta vez no campo da inteligência e da diplomacia, duas áreas que exigem elevado grau de responsabilidade e transparência. A depender do avanço das investigações e da eventual comprovação de ordens superiores, o caso pode se tornar um dos maiores escândalos políticos do atual governo.

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