O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já teve uma conversa com Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), discutindo a possibilidade de Mercadante assumir o controle da Petrobras, caso a situação se deteriore. Fontes próximas a Lula no Palácio do Planalto informaram ao Estadão que Mercadante concordou em substituir o atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, caso este não permaneça no cargo.
Prates está programado para ter uma discussão decisiva com Lula nos próximos dias. Ele ficou irritado com as entrevistas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que criticou sua postura em relação ao pagamento de dividendos extraordinários da Petrobras.
A crise se intensificou e Lula demonstrou sua desaprovação com os conflitos públicos entre seus dois assessores. Mercadante telefonou para Prates para assegurar que nunca conspirou contra ele, embora tenha admitido ter sido considerado para o cargo. Se a substituição for confirmada, o nome mais provável para presidir o BNDES é o do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, atualmente diretor de Planejamento do banco.
Em uma postagem no X (antigo Twitter), o presidente da Petrobras ironizou a situação: “Jean Paul vai deixar a Petrobras? Acredito que só após as 20h02. Ele vai para casa jantar… E amanhã, às 7h09, estará de volta à empresa, pois sempre tem uma agenda lotada”, escreveu.
Silveira e Prates têm tido desentendimentos há algum tempo, e a crise se agravou devido à discordância sobre a distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras. Como reportado pelo Estadão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, posicionou-se ao lado de Prates, defendendo o pagamento adicional aos acionistas da Petrobras. No entanto, até agora, Silveira e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, parecem ter saído vitoriosos dessa disputa.
Quando contatado pelo Estadão, Mercadante preferiu não se manifestar.
