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segunda-feira, 28 outubro, 2024
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Integrantes de fundos de pensão de estatais criticam possível ingerência de Lula em entidades

Por Alexandre Gomes

Integrantes de fundos de pensão de empresas estatais, como Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa Econômica Federal), lançaram um manifesto condenando a suposta ingerência política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na gestão dessas instituições, aponta o Estadão.

No documento, os participantes, em grande parte aposentados e funcionários públicos, expressam uma crescente insatisfação com a influência política que, segundo eles, compromete a segurança financeira dos beneficiários e desvirtua os objetivos das entidades de previdência complementar.

O manifesto destaca o temor de que o governo Lula esteja usando os fundos de pensão como um mecanismo para atender a interesses políticos e partidários, desconsiderando o princípio da governança independente e da gestão técnica, elementos essenciais para assegurar a viabilidade financeira a longo prazo dessas instituições.

A insatisfação se baseia na percepção de que a interferência política estaria aumentando, pondo em risco o patrimônio acumulado e gerando prejuízos para milhões de trabalhadores que dependem desses fundos para suas aposentadorias.

Os integrantes dos fundos argumentam que a prática de nomeações políticas para cargos de gestão e conselhos de administração tem sido uma ameaça constante, colocando os interesses dos partidos e das agendas governamentais acima das necessidades dos participantes e do mercado. Segundo o grupo, a administração de um fundo de pensão exige alta competência técnica e autonomia para tomar decisões baseadas em critérios de rentabilidade e segurança financeira — princípios que, afirmam, têm sido ignorados pela gestão atual.

Ainda, o manifesto faz referência a prejuízos anteriores acumulados em alguns desses fundos e atribui parte das dificuldades financeiras a gestões passadas, quando houve forte influência política, especialmente em governos petistas. A Petros, por exemplo, enfrentou enormes dificuldades nos últimos anos, com déficits bilionários, os quais muitos atribuem a investimentos em projetos pouco rentáveis, supostamente apoiados por interesses de lideranças políticas. Para os signatários, o retorno dessa prática sob o governo de Lula representa uma ameaça direta à saúde financeira dos fundos e ao futuro dos beneficiários.

O manifesto enfatiza que os fundos de pensão, por serem instituições que administram recursos de milhares de trabalhadores, precisam de uma administração isenta e responsável, distante de agendas políticas. Segundo o documento, os fundos têm o dever de maximizar os rendimentos e proporcionar uma aposentadoria digna para seus beneficiários, objetivo que é comprometido pela interferência do governo.

Os signatários cobram um posicionamento do governo em defesa da autonomia e da integridade dos fundos e ressaltam que não aceitarão uma gestão que priorize interesses políticos em detrimento da segurança de suas aposentadorias. Para eles, as experiências passadas já comprovaram o risco que a ingerência política representa para a sustentabilidade desses fundos, e o manifesto se posiciona como um alerta e um pedido de respeito à governança corporativa independente e responsável.

Até o momento, o governo Lula não se pronunciou oficialmente sobre o manifesto, mas a polêmica reacende um debate que vem de longa data no Brasil: a interferência do Estado nos fundos de pensão públicos, algo que críticos afirmam ser uma tentativa de utilizar recursos dos trabalhadores em agendas políticas, com graves consequências para a saúde financeira das entidades.

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