O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou nesta segunda-feira, 15 de abril, um total de 21 invasões de propriedades como parte do movimento conhecido como “Abril Vermelho”. Durante esse período, o grupo intensifica suas ações ilegais em protesto contra as políticas de reforma agrária.
As invasões ocorreram em pelo menos dez estados brasileiros até o momento em 2024: São Paulo, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.
No domingo (14), o MST realizou a terceira invasão em uma área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina (PE). Fundada em 1973, a Embrapa é uma empresa pública ligada ao Ministério da Agricultura e Agropecuária, dedicada à geração de soluções tecnológicas para a produção de alimentos, energia e fibras.
Esses ataques em Pernambuco aconteceram um dia antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar o programa Terra para Gente, que visa destinar terras ociosas para a reforma agrária.
De acordo com Jaime Amorim, membro da direção nacional do MST, o grupo retomou a invasão da área da Embrapa devido ao não cumprimento de um acordo pelo governo federal. “Deixamos a Embrapa com esse compromisso. Foram 17 pontos acordados, e nenhum deles foi cumprido. Agora voltamos para a Embrapa para lutar pelo cumprimento da pauta acordada no ano passado”, afirmou Amorim.
Em nota divulgada pela Embrapa, a empresa reitera seu compromisso histórico com a agricultura familiar e a produção sustentável de alimentos, além de se mostrar aberta ao diálogo para resolver a situação.
Além disso, outras invasões foram relatadas pelo MST na segunda-feira: um acampamento com 400 famílias foi erguido em um sítio na cidade de Itaberaí, em Goiás, e cerca de 200 famílias invadiram uma fazenda de 200 hectares em Campinas (SP), considerada improdutiva pelo movimento.