O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou recentemente que o aumento de impostos “não mexe com o dia a dia da população”. A declaração causou reação negativa e foi interpretada por analistas como sinal de desconhecimento básico dos efeitos econômicos de medidas fiscais, especialmente sobre as camadas mais pobres da sociedade.
Segundo especialistas, é elementar que todo aumento de impostos se reflete em preços mais altos, que atingem diretamente o consumidor — especialmente os de menor renda, que têm menos margem para absorver esses custos. A crítica foi destacada pela Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Impacto sobre pequenos investidores
A nova investida do governo, por meio de medidas tributárias, visa arrecadar mais atingindo o mercado financeiro — setor onde, segundo pesquisas, mais de 90% dos investidores desaprovam a gestão Haddad. No entanto, os dados da própria B3 revelam que a maioria desses investidores não é formada por grandes empresários, mas por trabalhadores comuns: dois terços dos que aplicam na bolsa fazem aportes mensais de até R$ 100.
Mesmo assim, Haddad defendeu a política como parte de uma suposta “justiça tributária”, sem apresentar estudos técnicos ou consultar especialistas em tributação, segundo apuração da coluna.
Críticas crescem
A fala do ministro reforça o desgaste do governo junto à classe média e aos trabalhadores mais pobres, que veem nas recentes medidas fiscais uma penalização injusta para cobrir os gastos públicos crescentes. Para muitos, a retórica de “justiça tributária” não condiz com a realidade de quem sente no bolso o efeito dos aumentos.
Enquanto isso, cresce a percepção de que o governo falha em conter despesas e prioriza arrecadação às custas da população mais vulnerável — justamente a que mais sofre com os reflexos da inflação e da elevação da carga tributária.