As recentes derrotas do governo Lula em votações no Congresso Nacional l, têm acendido o sinal de alerta entre lideranças petistas e aliados governistas, especialmente em relação à eleição para a presidência da Câmara.
O receio dos aliados de Lula é que o governo enfrente novas e mais significativas derrotas, caso o sucessor de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa não seja um deputado alinhado ao Planalto.
Líderes governistas observam que, apesar da mudança na presidência da Câmara a partir de fevereiro de 2025, a Casa manterá seu viés majoritariamente conservador nos dois anos seguintes.
Dessa forma, sem contar com o apoio desses votos em questões mais ideológicas, a estratégia seria ter um presidente da Câmara que evite ou, pelo menos, retire da agenda algumas pautas “espinhosas” para o governo, quando necessário.
“É crucial que Lula não perca essa eleição para a presidência da Câmara”, avalia um deputado governista, ressaltando que os próximos dois anos serão cruciais para Lula, pois precederão as eleições de 2026, quando o petista poderá buscar a reeleição.
Derrotas consecutivas Na semana passada, o governo sofreu duas derrotas no Congresso, com a manutenção de vetos de Jair Bolsonaro na Lei de Segurança Nacional e a revogação dos vetos de Lula ao projeto que restringia as saídas de presos.
Além disso, o governo Lula enfrentou uma situação delicada na Câmara com o projeto que acabaria com a isenção do imposto de importação para compras internacionais online de até 50 dólares.
A proposta, apoiada pessoalmente por Arthur Lira, encontrou resistência entre os governistas, que temiam que o ônus de aumentar os impostos recaísse exclusivamente sobre os petistas diante do eleitorado.
Para evitar conflitos com o presidente da Câmara, o Planalto concordou em um acordo para votação, que incluía uma alíquota menor (de 20%) do imposto de importação para compras internacionais online.