O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), intensificou suas críticas ao ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), afirmando que o petista é seu “desafeto pessoal” e “incompetente”.
Lira fez essas declarações à imprensa durante um evento do agronegócio no Paraná, um dia após o plenário da Câmara ter mantido a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Questionado por jornalistas sobre a percepção de que saiu enfraquecido após a votação, Lira atribuiu a notícia aos vazamentos do governo, especialmente do ministro Padilha, a quem ele considera incompetente e um adversário pessoal. Ele enfatizou que a votação foi uma questão individual de cada deputado, não influenciada por alianças partidárias.
Desde o final do ano passado, Lira tem expressado descontentamento com a atuação de Padilha como principal articulador do Executivo no Congresso. Ele chegou a levar suas queixas ao presidente Lula (PT) e indicou que sem a troca do ministro, a pauta do governo na Câmara não avançaria.
Apesar de um encontro pacificador em fevereiro, onde Lira, líderes da Câmara e o presidente Lula se reuniram, a tensão entre Lira e Padilha persiste. Lira agora interage diretamente com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, após acordo com Lula.
Nesta quinta-feira, Lira também criticou o suposto vazamento de informações do governo à imprensa, considerando-o “lamentável” e prejudicial à relação harmoniosa entre os Poderes. Ele expressou desconforto com a interferência do Executivo na votação da Câmara sobre a prisão de Brazão e planeja uma reação nos próximos dias para enviar um recado ao governo.