O aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, esteve sob o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sete meses, mas a recente execução de uma testemunha contra a facção criminosa “PCC” no dia 8 de novembro expôs a ineficácia da medida. O assassinato ocorreu em pleno movimento no desembarque de passageiros, em plena luz do dia, e diante de câmeras de segurança, lembrando os tempos mais violentos da Chicago de Al Capone. O episódio revela que a presença das Forças Armadas, determinada pela GLO, não contribuiu de forma significativa para melhorar a segurança da área.
O decreto de GLO foi assinado por Lula em 1º de novembro de 2023 e tinha validade de seis meses. No entanto, o prazo foi prorrogado, estendendo a intervenção até 5 de junho de 2024, sem, no entanto, apresentar resultados concretos em termos de segurança pública. A presença do Exército em Guarulhos, conforme especialistas, não trouxe benefícios substanciais para o enfrentamento da criminalidade na região, que continua sendo um dos maiores centros de movimentação de pessoas e mercadorias do país.
A GLO, uma medida extraordinária que autoriza o uso das Forças Armadas para atuar em situações de emergência na segurança pública, tem sido vista por críticos como uma solução paliativa e simbólica, especialmente no contexto de Guarulhos, onde o governo paulista já havia implementado outras medidas de segurança pública com resultados questionáveis. Para muitos, a GLO no aeroporto foi mais uma forma de provocar e tensionar as relações entre o governo federal e o estadual, sem uma estratégia clara para resolver os problemas estruturais da segurança pública.
A falta de uma resposta efetiva no caso de Guarulhos contrasta com a postura adotada por Lula em outros momentos, como no 8 de janeiro de 2023, quando o presidente se recusou a decretar GLO para proteger as sedes dos três poderes durante o ataque de bolsonaristas. A seleção de quando e onde aplicar a GLO, como neste caso, tem gerado críticas de que a medida é usada de maneira seletiva e com fins políticos, mais como uma provocação ao governo de São Paulo do que uma ação concreta para combater a violência.