O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser alvo de críticas após a divulgação de uma nota oficial do Itamaraty condenando o ataque de Israel contra instalações nucleares iranianas. A postura do governo brasileiro foi duramente rechaçada pelo Grupo Parlamentar Brasil-Israel, que expressou “indignação” com o posicionamento pró-Irã assumido pelo Palácio do Planalto.
Na nota emitida na sexta-feira (13), o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o ataque israelense representou uma “clara violação à soberania” do Irã e ao direito internacional. A reação do governo petista rapidamente gerou forte repercussão negativa entre parlamentares que acompanham de perto os desdobramentos do conflito no Oriente Médio.
O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, criticou veementemente a posição do governo Lula. Segundo ele, o ataque de Israel teve caráter preventivo e visou neutralizar uma ameaça real e crescente representada pelo avanço do programa nuclear iraniano.
“Israel definiu claramente os alvos ao atingir bases militares e nucleares estratégicas do Irã. Com apoio internacional, as ações israelenses visam prevenir uma ameaça real e crescente: a possibilidade de o Irã desenvolver armamento nuclear em larga escala”, afirmou Viana.
Preocupações com segurança de brasileiros em Israel
Além da crítica política, o Grupo Parlamentar Brasil-Israel alertou ainda para o impacto prático que a declaração do governo petista pode ter sobre as relações diplomáticas e de segurança do Brasil na região. Segundo o grupo, o posicionamento pró-Irã pode dificultar as tratativas em andamento para garantir o retorno seguro de representantes e autoridades brasileiras que ainda permanecem em território israelense.
No sábado (14), o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, formalizou um pedido para viabilizar o envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) com o objetivo de repatriar autoridades brasileiras que ficaram retidas em Israel. Contudo, o fechamento do espaço aéreo israelense tem sido um obstáculo adicional às operações de resgate.
Mais um episódio de alinhamento ideológico
A postura do governo Lula, mais uma vez alinhada a regimes autoritários e adversários históricos de Israel, reforça o viés ideológico que vem marcando a política externa petista desde o retorno do ex-presidente ao poder em 2023. Críticos apontam que, ao invés de adotar uma diplomacia equilibrada, o governo insiste em posicionamentos que o afastam dos aliados democráticos e o aproximam de regimes como Irã, Cuba, Venezuela e Rússia.
O episódio atual se soma a uma série de outras declarações controversas de Lula e de seu corpo diplomático em relação ao conflito no Oriente Médio, que já provocaram atritos com o governo israelense e desconforto na comunidade internacional.
