O governo federal teria bancado ao menos 19 viagens da Vânia Marques, presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) — entidade apontada em investigações da CPMI por envolvimento em descontos indevidos de aposentados, com estimativa de desvio de R$ 3,7 bilhões.
A dirigente assumiu a presidência da entidade em 3 de abril, em substituição a Aristides Veras, irmão do deputado federal Carlos Veras (PT-PE). Pouco depois, foi deflagrada a Operação Sem Desconto, que investigou fraudes justamente nessa esfera dos descontos sindicais.
Viagens e custos
- A primeira viagem registrada ocorreu em junho de 2023, quando Vânia viajou de Salvador (BA) a Brasília para reunião no Palácio do Planalto.
- Desde então, segundo levantamento, ela teria embarcado em mais 2 viagens em 2023, 4 em 2024 e outras 4 em 2025.
- A mais recente foi entre 15 e 19 de setembro, para participação em evento da COP-30, com custo de R$ 4.197 custeado com recursos públicos.
Participação institucional e críticas
Vânia aparece envolvida em conselhos e comitês institucionais vinculados ao governo, inclusive ligados ao programa Minha Casa, Minha Vida. Críticos classificam essa articulação como um uso político da máquina pública — especialmente considerando o momento delicado das investigações sobre fraudes envolvendo a Contag.