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segunda-feira, 6 janeiro, 2025
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Governo Lula retoma gastos milionários em propaganda dos Correios, aponta Folha

Por Alexandre Gomes

Após uma drástica redução nos investimentos publicitários durante o governo de Jair Bolsonaro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma retomada significativa nos gastos com propaganda dos Correios, empresa estatal que enfrenta um cenário financeiro desafiador, aponta Folha de S. Paulo.

Em 2024, os Correios destinaram R$ 33,7 milhões para patrocínios de eventos como o Lollapalooza, a turnê de Gilberto Gil e os Jogos Universitários Brasileiros, além de apoiar entidades como a Confederação Brasileira de Ginástica. Esse valor representa um crescimento expressivo em relação aos R$ 3,3 milhões gastos no primeiro ano do governo Lula, mas ainda está distante dos R$ 380 milhões planejados para o ano, conforme o relatório de gestão da estatal. A expectativa é de que o orçamento destinado à comunicação e publicidade aumente significativamente em 2025.

Além disso, os Correios estão pagando mais de R$ 200 milhões em bonificações a seus funcionários, como parte de um acordo coletivo. Conhecido como “vale-peru”, esse benefício destina R$ 2,5 mil para os mais de 80 mil empregados da empresa.

Os investimentos em propaganda dos Correios, que já foram expressivos durante o governo de Dilma Rousseff, passaram por uma revisão profunda ao longo dos anos. Em 2016, os gastos com publicidade chegaram a R$ 114 milhões, mas sob as gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro, esses valores caíram drasticamente. Em 2022, ano de menor gasto, a cifra foi de apenas R$ 265 mil. Agora, com o governo Lula, os investimentos voltam a crescer, com um plano de destinar R$ 380 milhões para publicidade e propaganda em 2024.

A justificativa para esse aumento nos gastos é o reposicionamento da marca dos Correios, com o objetivo de expandir a participação da empresa no mercado de logística e melhorar o atendimento ao governo. A estatal alega que sua marca foi “invisibilizada” durante o governo anterior e que a estratégia de patrocínios está voltada para o desenvolvimento da economia, dos esportes e da cultura.

Apesar do aumento nos investimentos publicitários, a situação financeira dos Correios continua delicada. A empresa acumulou perdas superiores a R$ 2 bilhões nos primeiros nove meses de 2024, após ter fechado o ano anterior com um déficit de R$ 600 milhões. Parte desse prejuízo está relacionado a um acordo para resolver um déficit de R$ 15 bilhões no fundo de pensão Postalis.

Em setembro de 2024, os Correios foram forçados a congelar gastos de custeio devido à redução de R$ 1,8 bilhão em sua disponibilidade de caixa em comparação com o mesmo período do ano anterior. A empresa espera que esses ajustes ajudem a equilibrar suas finanças, mas os gastos continuam superando as receitas, projetadas em R$ 20,1 bilhões até o final do ano.

Para 2025, os Correios planejam ampliar seus investimentos publicitários, com um novo contrato de patrocínios e publicidade estimado em R$ 380 milhões. A empresa busca fortalecer sua posição em um mercado competitivo de logística e encomendas, onde grandes multinacionais já fazem investimentos pesados em publicidade.

Em resumo, o aumento dos gastos com propaganda dos Correios, embora justificado pela necessidade de reposicionar a marca, acontece em meio a um cenário financeiro desafiador, com perdas acumuladas e um futuro incerto, gerando críticas sobre a priorização de despesas publicitárias em uma empresa com sérios problemas financeiros.

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