O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) fez duras críticas ao governo Lula durante sua participação no programa Arena Oeste, exibido na quinta-feira (29).
Em uma entrevista incisiva, Zucco acusou o Executivo de operar por meio de um “projeto de poder”, sem compromisso real com reformas estruturantes ou com o desenvolvimento da nação.
Logo no início da conversa com o jornalista Silvio Navarro e outros convidados, Zucco comentou sobre o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que afeta diretamente o custo do capital de giro das empresas. “É muito fácil ser líder da oposição”, ironizou. “O governo Lula não tem um projeto de nação, tem um projeto de poder, e esse aumento de impostos veio em péssima hora.” O deputado defendeu que a Câmara dos Deputados deveria derrubar a medida via Proposta de Decreto Legislativo (PDL), que, segundo ele, está sendo ignorada pela atual presidência da Casa.
“Congresso está enfraquecido”
Zucco manifestou preocupação com o que considera um esvaziamento do Congresso Nacional diante da crescente atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele citou os casos dos deputados Cabo Gilberto (PL-PB) e Marcel van Hattem (Novo-RS), que enfrentam ações judiciais por declarações públicas. “Hoje, quem fala é processado”, lamentou. Ao ser questionado sobre a possibilidade de confronto institucional com o STF, respondeu que o Legislativo precisa retomar seu protagonismo.
Críticas ao STF e censura nas redes
O parlamentar também abordou a tentativa de regulamentação das redes sociais, defendida por membros do governo e do Judiciário. Para Zucco, trata-se de uma estratégia deliberada de censura.
“Eles sabem que a direita venceu as eleições de 2024 muito pelas redes sociais”, afirmou. “Não tem nada de amadorismo nessas colocações. Tem estratégia de cercear e censurar.”
O deputado criticou ainda declarações da primeira-dama Janja sobre punições a quem descumprir regulamentações online, sugerindo que há um projeto autoritário em curso.
Defesa dos presos do 8 de janeiro e críticas ao Senado
Em outro trecho da entrevista, Zucco defendeu a anistia aos presos do 8 de janeiro e lamentou a falta de ação do Senado.
“Com muita tristeza, a gente aceita essa demora”, disse. “Infelizmente, o Senado é muito fraco e não tem pulso para dar limites ao STF.”
Ele classificou o episódio como um “golpe sem armas, sem Exército, sem liderança, com 1.500 pessoas”, e reiterou que quem cometeu depredação deve responder, mas que as penas já foram excessivas.
Sobre o MST e o G20 Social
Zucco também retomou temas como o ativismo do MST, denunciando crimes como invasão, dano ao patrimônio, e até trabalho análogo à escravidão.
“Como pode o Lula chamar o agro de ‘fascista’ e enaltecer um movimento que invade e depreda propriedade?”, questionou.
Ele também denunciou possíveis irregularidades no G20 Social, o chamado “Janjapalooza”, com gastos estimados em até R$ 500 milhões, que motivaram uma representação ao TCU.
“Tem muita possibilidade de estarmos diante de mais um escândalo envolvendo esse governo”, alertou.
Reconstrução do RS e crítica ao uso eleitoral de desastres
O deputado, que liderou a CPI do MST e é cotado para disputar o governo do Rio Grande do Sul em 2026, criticou duramente a atuação do governo federal nas enchentes no estado.
Segundo ele, a criação de estruturas como o Ministério da Reconstrução visou interesses eleitorais, e a promessa de milhares de casas não foi cumprida. “Será que é porque o estado votou majoritariamente na direita? Não quero acreditar, mas parece ser verdade.”
“Eles querem dar o peixinho, não ensinar a pescar”
Ao ser questionado sobre sua pauta prioritária, Zucco foi categórico: “A prioridade é tirar o Brasil da mão desse projeto de poder. Eles não querem ensinar a pescar, querem dar o peixinho pequeno para que você fique refém.”
Com um discurso firme e alinhado à direita conservadora, Zucco reforçou a necessidade de renovação no Congresso em 2026, alertando para o fortalecimento da base de apoio ao governo. “Os campeões de votos nas vereanças, majoritariamente, são da direita”, disse, citando Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Lucas Pavanato (PL-SP) como exemplos do legado bolsonarista.
A entrevista marcou mais um capítulo da crescente polarização política no país, com o deputado se consolidando como uma das principais vozes da oposição ao governo Lula. Com críticas duras, denúncias e apelos por reformas institucionais, Luciano Zucco dá sinais claros de que pretende ampliar sua atuação política nos próximos anos — possivelmente, rumo ao Palácio Piratini.