O programa econômico do presidente Lula, desde o início de seu terceiro mandato, gira em torno de três pontos principais, sem qualquer desvio – uma questão de “foco”, como costuma se dizer em palestras motivacionais. O primeiro é criticar o presidente do Banco Central. O segundo é discursar sobre a Petrobras e criar ilusões sobre como ela e outros ícones do “investimento público” vão eliminar a pobreza no Brasil. O terceiro é ameaçar a população com novos impostos. Lula já afirmou que o país paga “poucos” impostos; até a manhã desta quarta-feira, 24 de julho de 2024, o Fisco havia arrecadado mais de R$ 2 trilhões dos brasileiros, mas o presidente acredita que ainda não é o suficiente. Ele também questionou se não seria melhor substituir o debate sobre cortes de gastos públicos por uma discussão sobre aumento de impostos. Retomou, então, sua ideia fixa de que o imposto sobre herança é “irrisório” e, por isso, as pessoas não fazem as “doações” que, segundo ele, deveriam fazer – após pagar impostos durante toda a vida e no final com o próprio caixão.
Lula e sua militância econômica repetem o mantra de sempre: que só querem cobrar mais impostos dos “ricos”, para que todos possam ficar tranquilos. Na visão do presidente e do PT-PSOL, a população deveria até se sentir satisfeita, pois o dinheiro que é retirado dos ricos seria destinado aos “pobres”. Mas é uma farsa em duas etapas. Nunca houve um governo tão submisso e servil às grandes fortunas quanto os de Lula; ele é o herói nacional dos banqueiros que cobram juros exorbitantes, dos irmãos Batista, da Odebrecht, e outros. Enquanto isso, os pobres nunca veem um centavo da enorme quantidade de dinheiro que flui para o cofre do governo. Se o imposto no Brasil fosse realmente utilizado para erradicar a pobreza, não haveria mais um único pobre no país. Na verdade, o Brasil é um dos maiores arrecadadores de impostos sobre produção e trabalho do mundo, e a imensa maioria da população continua sendo pobre.
O imposto no Brasil tem uma única função efetiva: enriquecer o Estado. Ele é usado para pagar salários de 100.000 reais ou mais a juízes, desembargadores, procuradores e outros servidores de alto escalão. Mantém um Congresso Nacional que custa cerca de 15 bilhões de reais por ano. É esbanjado na construção e manutenção de palácios para os altos funcionários públicos em Brasília e em outras partes do país. É desperdiçado em viagens luxuosas do presidente e sua esposa ao redor do mundo, em emendas parlamentares e nas complexidades de um orçamento federal de R$ 5,5 trilhões. É utilizado também para pagar os juros da dívida pública – o paraíso dos “rentistas”, segundo economistas de esquerda. É o que se pode esperar de um país onde o ministro da Fazenda é o “Taxadd” – e onde, segundo Lula, “gasto é vida”.