O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mergulhou em um voto de silêncio em relação às delicadas negociações com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acerca da medida provisória que propõe taxar a folha de pagamento dos setores que mais empregam no país. Sob a análise da equipe econômica, o “plano b” ganha contornos de reoneração escalonada, com um prazo mais estendido do que o inicialmente defendido publicamente por Haddad, estendendo-se até 2029, em contraste com a proposta inicial de 2027.
Apesar da possível flexibilização no prazo, Haddad reitera a urgência de iniciar a cobrança imediatamente, ressaltando a necessidade de ação efetiva. No entanto, os sinais recebidos pelo ministro dos líderes legislativos foram, até o momento, de rejeição à proposta de tributação da folha de pagamento.
Apesar da resistência manifestada por Pacheco e Lira em relação à medida, o Planalto persiste em sua busca por formas de compensação. Informações sugerem que Câmara e Senado estariam abertos a discutir alternativas, mas a reintrodução da tributação enfrenta obstáculos significativos.
Diante desse impasse, surge uma alternativa colocada à mesa por Pacheco: a taxação de compras internacionais abaixo de US$50, uma medida que, se aprovada, poderia injetar quase R$3 bilhões nos cofres federais. A sanha arrecadatória do governo encontra, assim, novos caminhos e desafios em meio às complexas negociações políticas em Brasília.