O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou R$ 83,4 milhões para financiar a cúpula do G-20 e o festival de música apelidado de “Janjapalooza”, que ocorreu como evento antecedente à reunião de líderes mundiais no Rio de Janeiro. O montante, revelado por meio de um acordo de cooperação internacional com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), gerou controvérsia, principalmente devido à participação da primeira-dama, Janja da Silva, e às acusações de favorecimento político.
Origem dos Recursos
O contrato foi financiado por quatro estatais brasileiras:
- Banco do Brasil;
- Caixa Econômica Federal;
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
- Petrobras.
Cada estatal teria destinado até R$ 18,5 milhões, somando R$ 74 milhões. A Petrobras, no entanto, informou que investiu R$ 12,9 milhões. Além disso, a Itaipu Binacional, onde Janja já trabalhou, doou mais de R$ 15 milhões.
Polêmicas do Evento
O festival, organizado pela OEI, tinha como proposta debater temas como fome e transição energética, mas atraiu críticas da oposição que acusou Janja de utilizar a estrutura do governo para promover sua imagem e beneficiar artistas alinhados ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Durante o evento, Janja também causou controvérsia ao ofender o empresário Elon Musk publicamente.
Esclarecimentos e Investigações
O Ministério da Cultura (MinC) confirmou que R$ 77,3 milhões vieram de recursos das estatais e da Prefeitura do Rio, sem apoio de empresas privadas. O valor foi divulgado após um requerimento de informações feito pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP) e outros parlamentares.
As estatais envolvidas alegaram que os gastos seguiram as normas legais e que o orçamento final ainda está sendo calculado pela OEI.
Relação com a OEI
A relação entre a primeira-dama e a OEI também levantou questionamentos. No início de 2023, a organização teria oferecido um cargo a Janja, mas as negociações não avançaram.
O apelido “Janjapalooza” foi dado ao festival por uma pessoa da plateia durante o G-20, irritando a primeira-dama, que demonstrou insatisfação com a comparação.
O episódio segue alimentando o debate público sobre o uso de recursos públicos em eventos governamentais e culturais.