A administração Lula mantém uma predominância masculina tanto no gabinete ministerial, quanto nos cargos de alto escalão das pastas. Para cada mulher em tais posições, há dois homens. A nomeação de Ricardo Lewandowski como futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, reforçou o discurso sobre diversidade de gênero, com Lula mencionando que a primeira-dama Janja cobraria a nomeação de mais mulheres na pasta.
A análise do perfil de 299 ocupantes de cargos comissionados de alto nível hierárquico, revela que 69% são homens e 31% são mulheres. A pesquisa também destaca que, em sete das 38 pastas, há uma inversão dessa predominância, com mais mulheres em cargos de destaque. No entanto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços destaca-se por ter igualdade de participação feminina e masculina no alto escalão.
Ao observar a formação educacional, a pesquisa indica que 57% dos ocupantes desses cargos graduaram-se em instituições de ensino de quatro estados específicos. A análise das universidades com maior representação mostra que a USP e a UnB lideram.
A matéria destaca que a predominância masculina no alto escalão ministerial, não é uniforme em toda a Esplanada, com sete pastas apresentando uma representação mais equilibrada entre homens e mulheres. No entanto, há críticas à falta de diversidade em pastas importantes, como Fazenda e Justiça.
A sub-representação feminina no alto escalão, é considerada um reflexo do “teto de vidro”, onde a presença de mulheres diminui à medida que se sobe na hierarquia. Fatores estruturais, como a divisão desigual das tarefas de cuidado em casa e obstáculos nas estruturas partidárias, são apontados como desafios para a ascensão das mulheres na política institucional. A análise também destaca a origem acadêmica e política dos ocupantes de cargos de alto escalão, com maior presença de homens provenientes da academia e de mulheres da política.
