Nos primeiros dois anos do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo alcançou um dos maiores níveis de gastos com viagens na história do Brasil. Em 2023, os desembolsos totais chegaram a R$ 2,3 bilhões, estabelecendo um recorde histórico. Até o momento, em 2024, o governo já atingiu a segunda posição, com gastos de R$ 1,78 bilhão.
Viagens internacionais e “business trips”
Desses gastos, cerca de R$ 263 milhões foram destinados a viagens internacionais de funcionários do governo, classificadas como “business trips”. Esses números não incluem as despesas específicas com as viagens do presidente Lula, da primeira-dama Janja, dos 40 ministros ou outras autoridades que utilizam jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB).
Diárias milionárias
A maior parte dos gastos está relacionada às diárias pagas aos servidores deslocados para acompanhar as viagens. Somente em 2023, as diárias totalizaram R$ 1,44 bilhão. Em 2024, esse valor já alcançou R$ 1,12 bilhão, e o ano ainda não acabou.
Comparação histórica
Esses gastos são bem superiores aos registrados em administrações anteriores, mesmo levando em conta a inflação. A crescente despesa com viagens levanta questões sobre a eficiência no uso dos recursos públicos, especialmente em um momento de restrição fiscal e aumento da dívida pública.
Impacto e críticas
Os gastos recordes com viagens geraram críticas de opositores e especialistas, que cobram maior transparência e racionalidade na gestão dos recursos públicos. Embora o governo justifique os deslocamentos internacionais como essenciais para fortalecer relações diplomáticas e atrair investimentos, a frequência e os altos custos das viagens levantam dúvidas sobre a eficácia desses gastos.
Austeridade questionada
Essa situação entra em contraste com as promessas de austeridade fiscal feitas no início do terceiro mandato de Lula. Os gastos bilionários com viagens e diárias alimentam discussões sobre as prioridades do governo, especialmente em um contexto de dificuldades econômicas e aumento da carga tributária.
Com os gastos de 2024 já próximos dos recordes de 2023, fica claro que a atual gestão enfrentará pressões crescentes para justificar esses investimentos e ajustar sua política de gastos públicos, garantindo maior eficiência e transparência no uso dos recursos.