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sábado, 23 novembro, 2024
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Governo Lula aumenta influência em Petrobras com novas nomeações: Estratégia e reações

Por Marina B.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva promoveu mudanças significativas na cúpula da Petrobras após Magda Chambriard assumir a presidência da estatal. Essas alterações ampliaram a influência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do chefe da Casa Civil, Rui Costa, na empresa. As nomeações realizadas nos primeiros 100 dias de gestão de Magda incluíram pessoas próximas aos ministros para liderar projetos estratégicos nas áreas de exploração, engenharia e transição energética.

Além dos novos indicados, a Petrobras passou a contar com pessoas ligadas aos ministros no Conselho de Administração e em comitês de assessoramento, que são responsáveis pelas decisões mais importantes da empresa. Entre os novos membros estão delegados de polícia, a irmã de um doador de campanha de Silveira e assessores dos ministros.

O “condomínio” de nomeações inclui também representantes do PT do Rio e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), ligada à CUT, que tem vínculos com o Partido dos Trabalhadores. O Estadão identificou 35 pessoas associadas ao partido e a autoridades do governo nos novos cargos.

A Petrobras afirmou que as mudanças na gestão fazem parte da dinâmica do processo de administração e que qualquer substituição de gestores é normal. A empresa afirmou que se manifestará em nome dos executivos envolvidos. O Ministério de Minas e Energia destacou que a Petrobras possui “governança própria” e que não participou das indicações para cargos. A Casa Civil não comentou sobre o assunto. Deyvid Bacelar, da FUP, afirmou que a federação não faz indicações diretas, mas reconheceu a qualidade dos novos nomes.

As mudanças começaram em abril, no Conselho de Administração, antes da posse de Magda em 24 de maio. Em junho, Magda substituiu três dos oito diretores, e em julho, ocorreram substituições nos seis comitês de assessoramento ao conselho. Em agosto, a rotatividade alcançou as gerências executivas, com 32 trocas em cargos de liderança e comitês em um período de 100 dias.

A influência de Magda e dos aliados em Brasília foi crucial para essas mudanças. Magda foi apoiada por figuras influentes como Jaques Wagner e José Sergio Gabrielli, além de João Vaccari Neto. A gestão de Magda reflete sua base de apoio político, com cargos-chave ocupados por pessoas ligadas a Rui Costa, Silveira e ao PT do Rio.

No último dia 26 de julho, um conflito interno no conselho de administração levou a uma rápida mudança nas regras da companhia para acomodar os interesses dos aliados de Silveira. A substituição de Francisco Petros pelo advogado Fabio Veras no Comitê de Auditoria, um dos principais comitês, ocorreu após uma mudança nas regras internas.

Relatórios de bancos de investimento apontam que a rotatividade de executivos, com 35% dos cargos substituídos em agosto, pode enfraquecer a governança da Petrobras. O Citi e o UBS expressaram preocupações sobre as mudanças e suas implicações para a empresa.

A Petrobras afirmou que todas as nomeações passaram por análises de integridade e capacidade e que os comitês de assessoramento foram aprovados pelo conselho de administração. O Ministério de Minas e Energia reforçou que não participou das indicações e que as avaliações foram feitas de maneira independente pela Petrobras.

Deyvid Bacelar, da FUP, destacou que, embora a federação não tenha feito indicações, os novos nomes são altamente qualificados e têm o apoio da FUP. Ele ressaltou que a nova gestão valoriza a competência e o comprometimento com o desenvolvimento da empresa e do país.

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