A nova pesquisa Ipsos-Ipec, divulgada na noite desta terça-feira, 9, reforça o que outros institutos já vêm registrando ao longo de 2024 e 2025: a reputação do governo Lula da Silva continua em queda, marcada por desaprovação majoritária e pela perda acelerada de confiança da população.
Segundo o levantamento, 52% dos brasileiros desaprovam o trabalho de Lula, contra apenas 42% que ainda o aprovam. Outros 6% não souberam responder. Na comparação com setembro, a desaprovação subiu 1 ponto e a aprovação caiu 2 — mais um movimento que confirma o desgaste contínuo da terceira gestão petista.
Desconfiança domina cenário nacional
O índice de confiança no governo também segue negativo. Apenas 40% dizem confiar na administração federal, enquanto 56% afirmam não confiar. Trata-se de uma diferença de 16 pontos — um quadro que coloca Lula em situação mais delicada do que em momentos anteriores de sua própria trajetória política.
Para analistas, quando um presidente perde simultaneamente aprovação e confiança, o problema deixa de ser pontual e passa a ser estrutural, indicando descrença na capacidade de gestão, no rumo econômico e na condução administrativa do país.
Desgaste concentrado nas regiões mais populosas
A pesquisa — que ouviu 2 mil eleitores em 131 municípios, entre 4 e 8 de dezembro, com margem de erro de 2 pontos percentuais — mostra que a desaprovação é especialmente forte nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, justamente onde se concentra parte decisiva do eleitorado urbano, de renda média e mais sensível à deterioração econômica.
Nos últimos meses, outros institutos também registraram aumento da rejeição. A avaliação negativa tem avançado entre trabalhadores formais, empreendedores e setores que sentiram diretamente o impacto de inflação persistente, crédito caro e baixo crescimento — problemas que muitos atribuem à falta de direção clara na política econômica do governo Lula.
Economia trava e serviços públicos não entregam
Os números acompanham a percepção de que o governo não consegue avançar em temas centrais, como segurança pública, infraestrutura, reforma administrativa e eficiência estatal. Ao mesmo tempo, a retórica do Planalto insiste em resgatar pautas ideológicas e disputas políticas, enquanto os indicadores de confiança empresarial e consumo seguem fracos.
Para parte dos entrevistados, o governo transmite mais preocupação com disputas internas do PT e confrontos com opositores do que com a agenda real da população — uma avaliação que ajuda a explicar por que a desaprovação continua a subir mesmo após meses de esforço comunicacional do Planalto.
Tendência de desgaste contínuo
O conjunto das pesquisas aponta para uma tendência clara: o governo Lula perde terreno de forma consistente, especialmente entre os eleitores que decidirão o rumo do país em 2026.
Com economia travada, serviços que não melhoram e escândalos que voltam a assombrar o núcleo petista, cresce a percepção de que Lula está desconectado das prioridades do brasileiro comum, o que explica a rejeição majoritária captada pelo Ipsos-Ipec.