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domingo, 13 outubro, 2024
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Governo Federal põe em risco bilhões em investimentos em energia solar, adverte associação

Por Alexandre G.

Uma resolução divulgada recentemente pelo governo federal levanta preocupações sobre investimentos significativos em projetos fotovoltaicos no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Essa resolução revoga a redução temporária de imposto de importação, conhecida como ex-tarifário, aplicada a 27 modelos de inversores solares. Esses equipamentos são essenciais para converter a energia solar gerada pelos painéis solares em corrente contínua em corrente alternada, permitindo sua integração à rede elétrica. A Absolar destaca que essa medida é crucial para impulsionar o setor solar e reduzir os custos, contribuindo assim para sua expansão.

Normalmente, a taxa de imposto de importação para inversores fotovoltaicos é de 11,2%. A isenção temporária zera essa alíquota por um período de 24 meses, podendo ser prorrogada. No entanto, fabricantes nacionais têm solicitado a revogação antecipada desses benefícios, argumentando que existem produtos equivalentes fabricados localmente. Carlos Dornellas, diretor técnico e regulatório da Absolar, aponta que essa produção nacional não é suficiente para atender à demanda do mercado brasileiro.

A maioria dos inversores solares utilizados no Brasil é importada da China. Com a revogação da isenção, a taxa de imposto de importação volta a ser de 11,2%.

A Absolar adverte que essa medida pode resultar na perda de competitividade do setor, redução do emprego e fuga de capital, além de causar prejuízos em projetos em andamento e até mesmo o cancelamento de projetos já contratados.

A energia solar tem ganhado destaque no Brasil, sendo a segunda fonte que mais cresceu no último ano. A instalação de 104 centrais solares fotovoltaicas em 2023 resultou em uma produção de mais de 4 mil megawatts (MW) de energia solar.

Atualmente, a energia solar representa 8,25% da matriz energética nacional, ficando logo atrás da energia eólica em termos de participação. No entanto, em capacidade de geração efetiva, é a terceira fonte mais importante do país, ficando atrás apenas de hidroelétricas e energia eólica.

A Absolar defende uma transição gradual e flexível para evitar impactos negativos no setor. Segundo a associação, a revogação da isenção para os 27 modelos de inversores solares pode resultar em prejuízos para projetos que representam a instalação de 920 megawatts (MW) de energia solar, afetando cerca de 25 mil empregos e resultando em perdas de R$ 4,5 bilhões em investimentos.

Se a revogação for estendida para os 83 modelos de inversores solares importados atualmente no Brasil, os impactos seriam ainda maiores, afetando projetos que totalizam 5,78 gigawatts (GW) e causando uma queda de quase 160 mil empregos. Além do impacto no emprego, a associação destaca que isso pode resultar em um aumento nos preços da energia solar, afetando os consumidores em geral.

Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da Absolar, enfatiza a importância de garantir a continuidade do crescimento do mercado de energia solar no Brasil, especialmente considerando os esforços do governo federal para promover a economia verde e a transição energética. A associação defende um período de transição mínimo de 24 meses para que os equipamentos “ex-tarifários” possam se adaptar à nova política tributária.

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