O Exército Brasileiro sofreu um prejuízo de R$ 208 milhões em decorrência de uma mobilização durante a Operação Roraima, realizada no final de 2023. A operação foi lançada para reforçar a segurança em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, em resposta às tensões territoriais entre Venezuela e Guiana. Embora não tenha havido combate, o Exército mobilizou tropas, veículos blindados, munições e realizou manutenção de equipamentos, além de fornecer alimentação e diárias aos soldados envolvidos.
Tradicionalmente, o governo federal reembolsa o Exército por operações emergenciais desse tipo, como ocorreu com a mobilização das Forças Armadas após as enchentes no Rio Grande do Sul, quando foram liberados mais de R$ 600 milhões. No entanto, até o momento, o governo não cumpriu o reembolso referente à Operação Roraima, o que gerou impactos negativos, como a redução dos estoques de combustível e munição do Exército.
Além disso, os cortes no orçamento das Forças Armadas, anunciados em agosto de 2023, bloquearam R$ 122 milhões, agravando ainda mais a capacidade operacional do Exército. Esses cortes comprometeram o planejamento de futuras aquisições e a manutenção dos estoques estratégicos.
Contexto de Tensão na Fronteira
A cidade de Pacaraima, que faz fronteira com a Venezuela, já enfrentou tensões anteriormente devido à Operação Acolhida, que recebe refugiados venezuelanos. Desde 2018, após uma eleição contestada, a crise venezuelana intensificou o fluxo de imigrantes, com uma média de 350 pessoas por dia cruzando a fronteira nos últimos seis meses.
Essa situação coloca pressão adicional sobre as operações do Exército na região, que já enfrenta desafios orçamentários.
*As informações são da Revista Oeste.