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terça-feira, 25 março, 2025
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Glenn Greenwald relembra reportagem sobre suposta intenção de Moraes de “pegar Eduardo Bolsonaro”

Por Alexandre Gomes

O jornalista Glenn Greenwald voltou a mencionar uma reportagem que publicou em agosto de 2023, em parceria com Fábio Serapião, na Folha de S.Paulo, em que assessores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teriam discutido internamente a intenção do ministro de “pegar o Eduardo Bolsonaro”, deputado federal (PL-SP), agora licenciado e nos Estados Unidos.

Greenwald repostou o link da matéria após o anúncio de Eduardo Bolsonaro de que não retornará ao Brasil enquanto Moraes estiver no STF, alegando perseguição política e ameaça de prisão injusta. O jornalista destacou que o conteúdo reforça a tese de que há interesses pessoais e direcionamento político por parte de Moraes e sua equipe contra opositores.

O conteúdo da reportagem

A matéria se baseia em mensagens de WhatsApp obtidas do celular de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, órgão vinculado a Moraes. As conversas, de novembro de 2022, mostram um diálogo entre Tagliaferro e Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar do TSE, sobre a suposta intenção de associar Eduardo Bolsonaro ao argentino Fernando Cerimedo, investigado por propagar desinformação eleitoral.

“Ele [Moraes] quer pegar o Eduardo Bolsonaro. A ligação do gringo com o Eduardo Bolsonaro”, teria dito Vargas.

Tagliaferro respondeu: “Será que tem?”, e mais tarde indicou que havia um vídeo de Eduardo com a bandeira do jornal que promoveu a live de Cerimedo, como tentativa de ligação entre ambos.

“Esse é bandido”, respondeu Vargas em outro trecho, referindo-se a Eduardo Bolsonaro.

O material também mostra que, após o envio de um relatório com prints e vídeos que buscavam vincular Eduardo a Cerimedo, Vargas teria dito:

“Gostou e está disparando ordens”.

Essas supostas ordens envolviam bloqueio de sites, contas em redes sociais e comunicação à PGR. Segundo Greenwald, o conteúdo levanta sérias questões sobre a imparcialidade do STF e os limites do poder de ministros como Moraes.

Repercussão

O tema voltou à tona com o anúncio de licença por 122 dias de Eduardo Bolsonaro e sua permanência nos Estados Unidos, onde afirma estar em missão internacional para denunciar abusos do Judiciário brasileiro.

Greenwald, crítico frequente das ações de Moraes e defensor da liberdade de expressão, disse em suas redes sociais:

“Esses recadinhos não me parecem tão despreocupados assim, soam mais como simulação de tranquilidade. Vamos ver quem ri por último.”

Contexto recente

A decisão de Eduardo Bolsonaro de permanecer no exterior coincidiu com um pedido de apreensão de seu passaporte feito por deputados do PT — que foi negado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e arquivado por Moraes horas depois da repercussão pública do caso.

A revelação das mensagens adiciona mais tensão à crise entre o Legislativo, o Judiciário e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente no momento em que se discute o Projeto de Lei da Anistia aos presos do 8 de janeiro e a denúncia da PGR contra Bolsonaro por tentativa de golpe.

Greenwald e outros críticos apontam a necessidade de debate sobre limites institucionais e o uso do sistema de Justiça em disputas políticas.

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