A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu que o governo federal crie um cargo simbólico para a primeira-dama Janja da Silva, garantindo um posto oficial no Palácio do Planalto para suas atividades. A proposta ocorre em meio a crescentes críticas pelos gastos com viagens internacionais, que frequentemente não possuem agendas oficiais justificáveis.
Viagens internacionais e polêmicas
Nesta semana, chamou atenção o fato de Janja embarcar para o Japão dias antes de Lula, pegando carona com a equipe de assessores que se desloca antecipadamente para organizar a recepção presidencial. A viagem levantou questionamentos sobre o uso de recursos públicos para deslocamentos sem uma função clara e institucionalmente reconhecida.
Além disso, Janja também foi criticada por sua participação em eventos internacionais e pelo nível de influência nas decisões do governo, sem um cargo formal. Desde o início do mandato de Lula, a primeira-dama tem atuado diretamente em pautas culturais e sociais, mas sem um papel oficial definido dentro da administração federal.
Gleisi defende formalização do cargo
Em entrevista à CNN, Gleisi Hoffmann argumentou que a oficialização do papel de Janja traria mais transparência e legitimidade para suas atividades:
“Eu defendo, sim, que tenha um cargo honorífico. Ela não vai receber nada e que isso seja legalizado, porque é importante para que ela possa prestar contas e falar. Eu não vejo problema nenhum. Ela é a companheira do presidente e tem um peso social importante.”
Gleisi também rebateu as críticas da oposição, classificando os questionamentos como machismo e perseguição política:
“Acho muita injustiça. E claro, tem um peso muito grande de machismo. A oposição não tem moral para ir para cima da Janja.”
Bloqueio de redes sociais e falta de transparência
Diante das cobranças por mais transparência sobre sua atuação, Janja chegou a divulgar sua agenda oficial em sua conta no Instagram. No entanto, após receber críticas e ataques, bloqueou o acesso ao público que não a segue na plataforma, restringindo a visualização de suas atividades.
Repercussão e impacto político
A proposta de Gleisi deve gerar controvérsia tanto dentro do governo quanto no Congresso. Críticos argumentam que a criação de um cargo, mesmo que honorífico, pode abrir espaço para influência indevida e mais gastos públicos com estrutura e equipe.
Por outro lado, apoiadores de Janja defendem que sua atuação já ocorre de forma ativa, e que formalizar esse papel garantiria mais transparência sobre suas funções.
Com a pressão da oposição e o desgaste com as críticas públicas, a questão do papel institucional de Janja pode se tornar um novo foco de debate político no governo Lula.