Senador afirma que governo, Congresso e STF atuam para impedir avanço das investigações
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) fez duras críticas à base governista durante a última sessão do ano da CPMI do INSS, nesta quinta-feira (4). Para o parlamentar, existe no Brasil um “regime de blindagem” que estaria protegendo aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e impedindo o avanço das investigações sobre o esquema bilionário de fraudes contra aposentados.
Girão afirmou que familiares de Lula aparecem de forma recorrente nas denúncias e que o governo age para evitar aprofundamento das apurações.
“A família do pai dos pobres está toda enrolada com o roubo dos pobres”, declarou o senador, em referência ao presidente Lula.
Girão cita blindagem a Frei Chico e a Lulinha
O senador afirmou que a base governista atuou para impedir convocações importantes e proteger investigados ligados ao entorno presidencial.
“Eu nasci para ver o PT blindar bancos aqui. Já blindaram o Frei Chico, já blindaram o sócio do Careca do INSS. Daqui a pouco vão blindar o Lulinha”, disse, mencionando Fábio Luís Lula da Silva, acusado de receber pagamentos mensais do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, preso pela Polícia Federal.
Lulinha teve sua convocação bloqueada pela base aliada na CPMI, apesar de a PF já ter relatos que apontam para supostos pagamentos mensais de R$ 300 mil feitos por Antunes.
“Blindagem dos bancos”
Girão também apresentou um painel que chamou de “quadro da blindagem dos bancos”, alegando que partidos governistas impediram a convocação de instituições financeiras mencionadas por aposentados e pensionistas como parte das fraudes.
“Peço aos brasileiros que printem. Coloquem no espelho do banheiro para não esquecer quem blindou os poderosos que roubaram os brasileiros”, afirmou.
Contexto
A CPMI do INSS investiga o maior escândalo já registrado na Previdência, envolvendo descontos fraudulentos, cobranças ilegais e contratos de empréstimos consignados, que já somam bilhões desviados de aposentados, viúvas e pensionistas.
Apesar do avanço da apuração, parlamentares afirmam que a atuação da base governista tem limitado depoimentos considerados estratégicos.