Petista embarca para sua nona participação no G7 acumulando cobranças, falas ideológicas e quase nenhuma conquista efetiva para o Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta segunda-feira (16) rumo ao Canadá para participar da 51ª Cúpula do G7, novamente tentando projetar sua imagem internacional — enquanto, na prática, o evento tem mantido o mesmo padrão das últimas quase duas décadas: muita fala, pouca escuta e nenhum avanço concreto para o Brasil, conforme avaliação da Revista Oeste.
Será a nona vez que Lula participa de uma reunião do G7, somando seus três mandatos. E o roteiro já é conhecido: discursos críticos à ordem internacional, apelos por mais protagonismo dos países emergentes e ausência de resultados práticos.
Desde sua primeira participação, em 2003, Lula adotou o mesmo tom. Naquela ocasião, defendeu a criação de um fundo global contra a fome, ideia prontamente descartada pelos líderes das maiores potências. Dois anos depois, insistiu na pauta de combate à pobreza e prometeu recursos para a África, mas o compromisso financeiro do G7 ficou apenas no papel, com promessas parcialmente cumpridas.
20 anos de repetição e frustração
Ao longo dos anos, Lula intensificou suas críticas aos fóruns globais dominados pelas potências ocidentais, defendendo o G20 como substituto mais “democrático” e pressionando por reformas em organismos como o Conselho de Segurança da ONU. Em 2008, chegou a dizer que o G8 estava “perdendo relevância”. Nada disso foi acolhido.
Na prática, a única pauta com leve avanço ao longo de duas décadas de participação petista foi a discussão sobre subsídios agrícolas — e mesmo assim, sem efeito concreto para o comércio internacional.
Até mesmo as aproximações bilaterais de Lula no G7 são, em regra, esvaziadas. Na cúpula de 2023, no Japão, tentou reunir-se com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mas a agenda não se concretizou. Agora, em 2024, o quadro se repete: Zelensky voltou a solicitar um encontro, mas o Itamaraty ainda tenta encaixar o pedido. Enquanto isso, os líderes ocidentais seguem alinhados à Ucrânia e rejeitam as propostas do petista de incluir a Rússia nos diálogos de paz.
“Lula chega novamente ao G7 com o mesmo discurso ideológico de sempre e com os mesmos resultados: isolado, ignorado e sem avanços concretos para o Brasil”, avaliou um diplomata brasileiro em reserva à Revista Oeste.
Agenda protocolar e pouco relevante
Nesta edição, realizada em Kananaskis, na província canadense de Alberta, Lula terá apenas um encontro bilateral confirmado: com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney. Fora isso, participará da foto oficial, de um jantar protocolar e do debate geral sobre temas como segurança energética e preservação das florestas. Lula deve retornar ao Brasil ainda na terça-feira (17), após dois dias de agenda esvaziada.
Além do Brasil, outros países convidados são África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia, México e Ucrânia.
Imagem desgastada e prestígio questionável
Embora o Planalto tente vender as viagens internacionais de Lula como demonstração de prestígio e respeito mundial, a realidade é que o petista acumula participações decorativas em encontros de cúpula sem qualquer reflexo positivo para o Brasil no comércio exterior, na atração de investimentos ou no ganho de influência diplomática.
“A cada nova viagem, Lula reforça sua vocação para discursos vazios, repete o roteiro de vitimismo dos países emergentes e coleciona reuniões protocolares que nada acrescentam aos interesses do Brasil”, resumiu um parlamentar da oposição.
Enquanto Lula busca reconhecimento internacional com sua velha retórica, o país continua à margem das grandes decisões mundiais, preso a uma política externa marcada mais pelo palanque ideológico do que por pragmatismo e resultados.