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segunda-feira, 13 outubro, 2025
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Fundação de George Soros financiou até o carnaval: Mangueira recebeu R$ 4,3 milhões

Por Alexandre Gomes

Gazeta do Povo revela doação inédita da Open Society para escola de samba carioca; Freixo é apontado como intermediário

A Open Society Foundations, entidade financiada pelo bilionário George Soros, incluiu a escola de samba Mangueira entre os beneficiários de seus recursos no Brasil. A informação foi divulgada pela Gazeta do Povo e chamou atenção por se tratar de uma doação inédita: a fundação é mais conhecida por apoiar projetos ligados a direitos humanos, segurança pública e jornalismo de viés progressista.

Segundo a base de dados da Open Society, não há registros anteriores de repasses a escolas de samba. A doação à Mangueira foi feita em 2024 e totalizou US$ 800 mil (R$ 4,3 milhões), destinados a oferecer “apoio geral” à agremiação.


Papel de Marcelo Freixo

De acordo com veículos cariocas, a doação teria sido intermediada pelo petista Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur e cotado para assumir o Ministério do Turismo. A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a Open Society, a Mangueira e a assessoria de Freixo para obter detalhes sobre a aplicação dos recursos, mas não obteve respostas nem encontrou prestação de contas pública.

A presidente da Mangueira, Guanayra Firmino, reconheceu em entrevista que Freixo teve “papel fundamental” na conquista do financiamento. Em agradecimento, o Conselho Deliberativo e Fiscal da escola concedeu ao político o título de Grande Benemérito.


Sintonia com a pauta identitária

O dinheiro foi destinado ao desfile da Mangueira no carnaval de 2025, cujo enredo — “À Flor da Terra: No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões” — exaltou a memória negra e a resistência dos povos Bantu, alinhando-se à agenda identitária e cultural defendida pela fundação de Soros.

O carnavalesco Sidnei França classificou o samba-enredo como “manifesto sociopolítico”. Um dos versos mais marcantes, “O alvo que a bala insiste em achar / Lamento informar… um sobrevivente”, foi descrito como uma denúncia de que a sobrevivência diária da população negra é um “fracasso para o sistema”.
A letra também criticou a apropriação cultural, citando que a elite “imita meu cabelo” e “acha que está na moda dizer que é macumbeiro”.

Durante o carnaval, a Open Society divulgou nas redes sociais imagens do desfile e afirmou que o apoio reforçava seu compromisso de “avançar reparações, reduzir desigualdades e defender valores democráticos por meio da cultura na América Latina”, chamando o carnaval de “espaço de resistência e crítica social”.


Relações políticas e bastidores

Freixo, torcedor declarado da Mangueira, é frequentemente visto em eventos e ensaios da escola, ao lado de figuras públicas e artistas.
Sua mulher, a roteirista Antonia Pellegrino, atual diretora de conteúdo e programação da EBC, também é presença constante nos eventos da agremiação.

Em 2022, Freixo chegou a disputar o governo do Rio com apoio do presidente Lula. Naquele mesmo ano, foi visto no camarote da diretoria da Mangueira ao lado do advogado Kakay e do deputado estadual Chiquinho da Mangueira, preso em 2018 no âmbito da Lava Jato.


Próximo desfile mantém tom identitário

Para 2026, a Mangueira já anunciou o enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju: O Guardião da Amazônia Negra”, centrado na valorização das tradições afro-indígenas e na agenda ambiental, em linha com as causas defendidas por Soros na região amazônica.

Até o momento, não há informações sobre novas doações da Open Society para a escola de samba.

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