O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, na tarde desta quarta-feira (20), após mais de duas semanas de internação. No entanto, segundo boletim médico divulgado, ele continuará sob cuidados hospitalares e ainda não há previsão para sua alta.
Internado desde 12 de abril, após sentir-se mal durante um evento em Natal (RN), Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de desobstrução intestinal, descrita pela equipe médica como “extremamente complexa e delicada”. Desde então, seu quadro tem evoluído de forma estável e gradual.
De acordo com a nota do hospital, o ex-presidente respondeu bem à dieta líquida e apresenta melhora progressiva dos movimentos intestinais. Ele está sendo nutrido por vias oral e endovenosa, sem registro de febre ou dores, embora siga sob observação por apresentar episódios frequentes de soluço.
A fisioterapia motora tem sido intensificada diariamente, como parte do processo de recuperação, e medidas de prevenção à trombose venosa continuam sendo aplicadas. As visitas ao ex-presidente seguem restritas.
Histórico de complicações
A atual internação é mais um capítulo na longa sequência de complicações de saúde enfrentadas por Bolsonaro desde o atentado a faca ocorrido em setembro de 2018, durante sua campanha à presidência em Juiz de Fora (MG). O ataque causou sérios danos internos, exigindo uma cirurgia de emergência e múltiplas intervenções subsequentes no sistema digestivo.
Desde o atentado, o ex-presidente já passou por seis cirurgias diretamente relacionadas ao episódio, incluindo correções de aderências internas, obstruções intestinais e tratamento de hérnias. Ele também realizou outros procedimentos não relacionados, como a retirada de um cálculo na bexiga em 2020 e uma vasectomia reversível.
A equipe médica do DF Star segue monitorando atentamente a evolução do quadro e reforça que a recuperação exige cuidados contínuos devido à complexidade do histórico cirúrgico de Bolsonaro.