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sábado, 23 novembro, 2024
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Folha: Setor do TSE acionou banco de dados da polícia de SP a pedido informal de segurança de Moraes

Por Marina B.

Um policial militar que trabalha no STF, na equipe do ministro Alexandre de Moraes, fez solicitações informais ao setor de combate à desinformação do TSE para produzir relatórios fora do procedimento regular. Conversas de WhatsApp obtidas pela Folha mostram que não foi só o juiz Airton Vieira, assessor de Moraes, que fez esses pedidos a Eduardo Tagliaferro, chefe da AEED do TSE na época.

Wellington Macedo, policial no gabinete de Moraes, solicitou a Tagliaferro a investigação de ameaças e vazamentos de dados pessoais relacionados à segurança do ministro e sua família. Em ao menos uma ocasião, Tagliaferro levantou informações confidenciais com a ajuda de um policial civil de São Paulo, cuja identidade foi mantida em sigilo. Esse uso da assessoria do TSE foi fora de seu escopo administrativo, já que a segurança dos ministros do STF é de responsabilidade da Secretaria de Segurança do STF, não do TSE.

As mensagens revelam um fluxo de pedidos não oficiais entre o STF e o TSE, com o setor de combate à desinformação sendo utilizado como um canal alternativo de investigação para assuntos além das eleições de 2022. Muitas vezes, os alvos eram selecionados pelo ministro Moraes ou seu assessor, e os relatórios eram ajustados conforme as necessidades do gabinete do STF. Em algumas ocasiões, esses relatórios embasavam ações como bloqueios de contas e multas.

Em nota, o gabinete de Moraes afirmou que todos os procedimentos foram regulares e documentados, com participação da Procuradoria-Geral da República. Tagliaferro disse que cumpriu ordens e negou qualquer ilegalidade.

Mensagens mostram que o policial militar fazia contato constante com Tagliaferro, solicitando relatórios sobre ameaças e vazamentos de dados. A atuação rápida e eficaz de Tagliaferro nesses casos foi elogiada pela equipe de Moraes.

O uso do setor do TSE para apurações fora de sua função gerou preocupações internas, especialmente pelo possível desvio de função e pela informalidade nos procedimentos.

*Com informações da Folha de São Paulo.

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