O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão e anulação do julgamento de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A iniciativa se apoia em documentos entregues pelo ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, que acusa o ministro de fraudes processuais. Flávio defende que a estratégia seja a mesma usada por Lula para reverter suas condenações na Lava Jato, após a divulgação das mensagens da Operação Spoofing.
Segundo o senador, a advocacia do Senado produziu parecer afirmando que, mesmo que parte do material seja sigiloso, a situação é análoga à que beneficiou Lula em 2019.
“Vamos oficiar todos os ministros do STF para que tomem ciência desta grave denúncia de fraude processual, feita por um membro do próprio STF, solicitando que seja aberta uma investigação e que seja suspenso esse julgamento em andamento até que a apuração seja concluída, pelo bem da democracia”, disse Flávio.
Críticas a Moraes
O anúncio veio logo após Moraes concluir voto pela condenação de Bolsonaro. Para Flávio, o ministro age como “líder do governo do PT no Supremo” e conduz um “teatro armado para condenar Bolsonaro”.
Ele também negou que tenha havido tentativa de golpe, dizendo que as discussões no Planalto abordavam hipóteses constitucionais como estado de sítio ou defesa, mas que não houve base para ação alguma.
Pressão da oposição
Com o envio dos documentos de Tagliaferro, a oposição pretende pressionar o STF para interromper o julgamento e investigar as denúncias antes de prosseguir.
Além de Moraes, Flávio Dino também votou pela condenação. Faltam ainda Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin se manifestarem.
