O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou que vai protocolar um pedido para suspender e anular o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
A medida se apoia nos documentos apresentados por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, que acusa o ministro de fraudes e irregularidades processuais. Flávio argumenta que a situação é semelhante à que beneficiou Lula na Lava Jato, quando suas condenações foram anuladas após a Operação Spoofing expor conversas de procuradores da força-tarefa.
“Assim que tomarem ciência, eles têm que suspender. Vamos oficiar todos os ministros para que investiguem essas denúncias antes de prosseguir com o julgamento”, declarou o senador.
Críticas a Moraes e ao processo
Flávio criticou o voto de Alexandre de Moraes, dizendo que o ministro agiu como se fosse “líder do PT no STF”, movido por sentimento de vingança:
“Moraes parecia estar praticando uma vingança, como se acreditasse que Jair Bolsonaro queria matá-lo. Isso não é julgamento, é um teatro já com resultado definido.”
O senador também desmentiu a tese de tentativa de golpe: segundo ele, as conversas entre militares e Bolsonaro se limitaram a hipóteses previstas na Constituição, como estado de defesa ou de sítio, mas “sem base para avançar”.
Estratégia política e jurídica
A defesa de Bolsonaro aposta que os documentos de Tagliaferro podem abrir brechas jurídicas para suspender o julgamento. Flávio pretende enviar os materiais oficialmente a todos os ministros do STF, alegando fraude processual, o que poderia comprometer a legalidade da ação penal.
Enquanto isso, a votação já teve votos pela condenação de Bolsonaro dados por Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Restam Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin para encerrar a análise na 1ª Turma.