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quarta-feira, 19 novembro, 2025
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Flávio Bolsonaro pede ao TCU investigação de repasses do MEC à ex-nora de Lula

Por Alexandre Gomes

Senador cita acesso privilegiado ao ministério, crescimento suspeito da empresa e elo com familiares do presidente

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) protocolou no Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido de investigação sobre os repasses feitos pelo Ministério da Educação (MEC) à empresa Life Tecnologia Educacional, ligada à ex-nora de Lula, Carla Ariane Trindade. A empresa é alvo de uma operação da Polícia Federal sob suspeita de superfaturamento e lobby irregular em contratos públicos.

Flávio pediu ainda a suspensão de novos pagamentos à Life até que o caso seja esclarecido.


Acesso ao MEC e ligação com a família Lula

Carla Ariane foi alvo de busca e apreensão da PF na semana passada. No dia da operação, segundo a revista Veja, o filho do presidente, Cláudio Lula da Silva, ex-marido de Carla, estava na residência e recebeu os agentes — fato mencionado pelo senador na representação.

Flávio Bolsonaro afirma que o episódio indica “persistência de laços pessoais” e reforça a proximidade entre Carla e o núcleo familiar do presidente.

O senador destacou ainda que Carla, sem ocupar qualquer cargo público, teve acesso privilegiado às instalações do MEC e participou de reuniões privadas com o ministro Camilo Santana (PT-CE). As reuniões não constavam na agenda pública do ministro.

A PF já identificou que duas viagens de Carla a Brasília foram pagas por André Mariano, proprietário da Life, apontado como articulador de repasses ilegais.


A Life e o elo com figuras históricas do PT

A representação cita também o lobista Kalil Bittar, ligado à Life e alvo da mesma operação. Flávio recorda que:

  • Kalil é irmão de Fernando Bittar, coproprietário do sítio de Atibaia, caso que levou à condenação de Lula na Lava Jato;
  • Ambos são filhos de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas, fundador da CUT e figura histórica do PT;
  • Kalil já foi sócio de Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha) na Gamecorp, também investigada na Lava Jato.

Segundo a Junta Comercial de São Paulo, a Life passou de R$ 300 mil de capital social em 2022 para R$ 34 milhões em 2024 — crescimento de 113 vezes. Investigadores apontam relação direta entre essa expansão e contratos públicos obtidos via influência indevida.

Entre os indícios de superfaturamento, está a venda de livros: adquiridos por R$ 2,56 e revendidos por R$ 41,50, aumento de 1.500%.


O que Flávio pede ao TCU

A representação solicita:

  • abertura de processo para investigar repasses do MEC;
  • auditoria completa dos contratos da Life com prefeituras e órgãos federais;
  • requisição de documentos do MEC, GSI, Casa Civil e Secretaria-Geral sobre as visitas de Carla a prédios oficiais;
  • suspensão imediata de novos pagamentos à Life caso haja irregularidades.

A iniciativa ocorre no contexto de outras fragilidades já identificadas no MEC. A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou distorção contábil de R$ 2,7 bilhões nas contas da pasta em 2023.

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