Avanço eleitoral reforça leitura feita por Flávio Gordon na Revista Oeste sobre o novo ciclo da direita brasileira
A leitura política apresentada pelo colunista Flávio Gordon, na Revista Oeste, começa a encontrar respaldo também nos números. Pesquisas recentes indicam que a candidatura de Flávio Bolsonaro não apenas tem significado simbólico, como já se traduz em desempenho eleitoral concreto, colocando pressão direta sobre o presidente Lula e o projeto lulopetista de poder.
Levantamentos nacionais divulgados neste mês mostram Flávio Bolsonaro em trajetória acelerada de crescimento desde que Jair Bolsonaro oficializou seu apoio ao filho como nome do campo conservador para 2026. Em cenário de primeiro turno, o senador já aparece na casa dos 25% das intenções de voto, reduzindo de forma consistente a vantagem de Lula, que oscila na faixa dos 34%. Mais relevante ainda: Flávio se descola com clareza dos demais nomes da direita e do centro, consolidando-se como o principal herdeiro político do bolsonarismo.
Virada simbólica no segundo turno
O dado mais expressivo aparece nas simulações de segundo turno. Em um dos cenários, Flávio Bolsonaro surge com 42%, contra 41% de Lula, configurando empate técnico, mas com vantagem numérica inédita sobre o petista. Trata-se da primeira vez que um dos filhos de Jair Bolsonaro aparece à frente de Lula nesse tipo de confronto direto, o que reforça a tese de que o lulismo perdeu a exclusividade da competitividade eleitoral.
Esse movimento confirma, na prática, o que Flávio Gordon descreve em sua coluna: a candidatura de Flávio Bolsonaro rompe o artificialismo político sustentado por elites burocráticas e devolve protagonismo ao eleitor comum, especialmente aquele que se sente excluído das decisões nacionais sob o atual governo.
O peso de Jair Bolsonaro
Nada disso seria possível sem a figura central de Jair Bolsonaro, que segue como o principal líder popular do país. Seu apoio explícito funcionou como catalisador imediato, ampliando o índice de conhecimento de Flávio, fortalecendo sua lembrança espontânea e unificando um eleitorado conservador que antes estava fragmentado entre diversos nomes.
Mais do que transferência de votos, trata-se de transferência de legitimidade política. Jair Bolsonaro não apenas indicou um candidato, mas sinalizou continuidade de valores: defesa da liberdade, resistência ao aparelhamento do Estado, crítica ao ativismo judicial e rejeição ao projeto de poder do PT.
Lula em queda, governo em desgaste
Do outro lado, o governo Lula enfrenta um cenário cada vez mais desconfortável. A avaliação negativa da gestão já supera 50%, e o presidente apresenta oscilações negativas em praticamente todas as simulações eleitorais. Segmentos que antes se mostravam estáveis desde 2022 passam a demonstrar cansaço, frustração e desconfiança — especialmente diante da piora econômica percebida, do aumento da insegurança jurídica e do distanciamento entre discurso e prática.
A ascensão de Flávio Bolsonaro agrava esse quadro ao oferecer uma alternativa clara, organizada e com forte lastro popular, algo que o lulismo parecia não enfrentar desde o fim do último mandato de Jair Bolsonaro.
Um novo ciclo político
Como aponta Flávio Gordon, a candidatura de Flávio Bolsonaro não é apenas eleitoral — é civilizacional. As pesquisas mostram que esse discurso encontra eco real na sociedade. Com números competitivos, apoio de Jair Bolsonaro e um eleitorado conservador cada vez mais coeso, Flávio emerge como o principal antagonista de Lula e como símbolo de um novo ciclo da direita brasileira.
O que antes era tratado como hipótese agora começa a se materializar: o bolsonarismo não apenas sobreviveu, como se reorganizou — e voltou ao centro do tabuleiro político nacional.
Fonte: Coluna “O significado da candidatura de Flávio Bolsonaro”, de Flávio Gordon, Revista Oeste.