Os fundos eleitoral e partidário, criados para financiar campanhas e as atividades dos partidos políticos, retiraram R$ 17,1 bilhões dos cofres públicos desde 2020. Apenas o “fundão eleitoral”, destinado ao financiamento de campanhas, consumiu R$ 11,9 bilhões nas três últimas eleições realizadas nos últimos cinco anos.
Esses fundos surgiram no período pós-Lava Jato, quando os partidos buscaram alternativas ao financiamento privado, que estava sob investigação devido a práticas irregulares e corrupção. Contudo, essa mudança acabou gerando um novo custo para os contribuintes.
Crescimento expressivo
O aumento do fundo eleitoral é notável. Em 2018, o valor do Fundo Especial de Financiamento de Campanha era de R$ 1,72 bilhão. Em 2020, passou para R$ 2,03 bilhões, e neste ano chegou a R$ 4,96 bilhões — mais de cinco vezes o valor do Fundo Partidário, que foi de R$ 1,1 bilhão em 2024.
Caso essa tendência continue, o fundo eleitoral pode atingir cifras alarmantes em 2026, com estimativas que chegam a R$ 12 bilhões, gerando ainda mais preocupações sobre o impacto no orçamento público.
Fundo partidário também pesa
Embora o crescimento do fundo partidário tenha sido mais moderado do que o do fundo eleitoral, ele também representa uma despesa considerável para os cofres públicos. Desde 2020, os partidos políticos receberam R$ 5,14 bilhões para financiar suas atividades e manutenção.
Impacto nos contribuintes
Esse gasto bilionário ocorre em um cenário de dificuldades econômicas e aumento da carga tributária, gerando insatisfação na população. Muitos questionam a necessidade de destinar valores tão elevados para partidos e campanhas enquanto outras áreas essenciais, como saúde, educação e segurança, enfrentam dificuldades de financiamento.
Debate necessário
Especialistas e representantes da sociedade civil defendem a revisão do modelo atual de financiamento político, propondo alternativas que reduzam os custos para os contribuintes, além de aumentar a transparência e a eficiência na aplicação dos recursos.
O impacto do financiamento político nos cofres públicos serve como um alerta para a necessidade de equilibrar a promoção da democracia com a responsabilidade fiscal, garantindo que os recursos sejam utilizados de maneira justa e sustentável.