O governo Lula está promovendo um festival de música, organizado com o apoio da primeira-dama Janja da Silva, que pagará R$ 30 mil a cada um dos 29 artistas confirmados para o evento, segundo o Diário do Poder. O Aliança Global Festival Contra Fome e a Pobreza, que ocorrerá entre os dias 14 e 16 de novembro no Rio de Janeiro, já está gerando polêmica. Com um line-up que inclui artistas como Diogo Nogueira, Daniela Mercury, Seu Jorge, Zeca Pagodinho e Alceu Valença – todos ligados ao partido e alguns, inclusive, fervorosos apoiadores da campanha de Lula em 2022 – o evento reflete um claro alinhamento político com o governo petista.
O festival será realizado na Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, e promete reforçar a imagem do Brasil no contexto internacional, durante a semana do G20. Porém, o que chama a atenção não é apenas o custo do evento, mas também a origem do financiamento. O evento é bancado por estatais como Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Itaipu e Petrobras, além de contar com o apoio de organismos internacionais como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e entidades como a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).
A crítica vem principalmente do uso de recursos públicos em um evento com uma forte vinculação política ao PT. A destinação de R$ 30 mil para cada artista, sendo que muitos deles são conhecidos aliados do governo, levanta questões sobre a transparência e o uso do dinheiro público em momentos de crise fiscal e dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. A escolha de artistas claramente ligados ao partido também alimenta a percepção de que o evento visa mais a promoção política do que uma real ação cultural ou social.
Além disso, a colaboração de estatais no financiamento do evento não passa despercebida. Em tempos de austeridade, o uso de recursos de empresas públicas para bancar shows e eventos promocionais de cunho político suscita críticas sobre a falta de prioridade nas necessidades urgentes do Brasil, como educação, saúde e segurança.
Enquanto o governo apela para a solidariedade internacional no combate à fome e à pobreza, muitos questionam se esse tipo de evento realmente contribui para a solução dos problemas que o país enfrenta ou se serve apenas para fortalecer a base política e os aliados de um governo que já acumula polêmicas por seu alinhamento com interesses específicos.