Durante a gestão inicial do Presidente Lula (PT), o Jornal Nacional destacou-se como o principal beneficiário da verba publicitária do governo federal, totalizando pelo menos R$ 24 milhões em anúncios. Em contrapartida, durante o período sob a gestão do Presidente Jair Bolsonaro (PL), a maior parte dos recursos publicitários foi direcionada ao Jornal da Record, relegando o programa da TV Globo para o terceiro lugar nesse ranking.
Além do Jornal Nacional, o Fantástico, também da Globo, foi outro grande receptor de anúncios do governo, totalizando cerca de R$ 11,7 milhões. Esses valores incluem tanto veiculações no canal nacional quanto em suas afiliadas regionais.
Enquanto isso, o governo Lula continuou a investir em propagandas no Jornal da Record, líder de audiência durante o mandato de Bolsonaro e atualmente classificado como o terceiro programa que mais recebe verbas governamentais.
Apesar da liderança na distribuição de verbas, a Globo registrou audiência significativa na Grande São Paulo, alcançando uma média de 10,5 pontos, seguida pela Record com 3,9 pontos. O Jornal Nacional permaneceu como o segundo programa mais assistido da Globo, com 22,8 pontos, atrás apenas da novela Renascer, que obteve 25,2 pontos. Esses dados, fornecidos pela Kantar Ibope através de fontes do mercado, equivalem a aproximadamente 73 mil domicílios por ponto.
O Jornal Nacional não escapou das críticas do Presidente Bolsonaro, que em 2020, durante tentativas do governo de ocultar dados da Covid, declarou que “acabou a matéria no Jornal Nacional” e referiu-se à Globo como “TV funerária”. Por outro lado, o ex-presidente Lula também expressou descontentamento com a cobertura do telejornal sobre suspeitas envolvendo gestões petistas.
Em resposta, a Globo afirmou compreender que “as verbas publicitárias públicas seguem critérios técnicos observados pelos órgãos federais responsáveis”.
Os dados sobre a distribuição de verbas foram obtidos através do portal da Secom da Presidência, que mostra as inserções publicitárias já autorizadas e realizadas em campanhas da pasta e de ministérios, excluindo verbas de bancos públicos e estatais como a Petrobras.
