O ex-procurador-geral do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho prestou depoimento à CPMI nesta quinta-feira (23), mas não apresentou esclarecimentos sobre o aumento expressivo de seu patrimônio, estimado em mais de R$ 18 milhões em curto período de tempo.
Virgílio é investigado por supostamente facilitar fraudes em descontos aplicados nos benefícios de aposentados e pensionistas sem autorização. O Ministério Público e a Polícia Federal apontam que ele teria recebido pagamentos ilícitos para validar juridicamente acordos entre o INSS e sindicatos ou associações, além de atuar para evitar mecanismos de fiscalização sobre os descontos associativos.
Amparado por decisão do STF, o ex-procurador recusou-se a responder diversas perguntas, não assinou compromisso de dizer a verdade e exerceu seu direito ao silêncio durante a maior parte do depoimento. Também não detalhou o funcionamento dos esquemas já identificados pela comissão, como destacou o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
Virgílio admitiu apenas ter mantido relação de trabalho próxima com o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, igualmente afastado do cargo por determinação judicial.
A CPMI segue analisando documentos financeiros e relatórios de inteligência que podem comprovar o envolvimento do ex-procurador no esquema de descontos ilegais que atingiu milhares de beneficiários em todo o país.