Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), procurou a estudante Mariana Volf Pedro Eustáquio, filha do jornalista Oswaldo Eustáquio, por meio de uma mensagem privada na rede social X (antigo Twitter), numa tentativa de se desculpar pelo bloqueio de suas contas bancárias, medida que teria sido determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na mensagem, Tagliaferro escreveu: “Mariana, seu pai falou com você?”. A jovem, no entanto, optou por não responder. Segundo Eustáquio, a filha está ressentida com os acontecimentos e preferiu ignorar o contato.
A tentativa de contato veio à tona após uma ligação entre Tagliaferro e Eustáquio ser divulgada pelo jornalista português Sérgio Tavares. No vídeo, o ex-assessor manifesta arrependimento e expressa medo das consequências das ordens que disse ter cumprido enquanto atuava no TSE.
Durante o diálogo, Tagliaferro revelou ter tentado pedir demissão do tribunal por quatro vezes, sem sucesso. Em lágrimas, afirmou que teme por sua vida e pela segurança de sua família, relatando estar sob perseguição judicial. Ele mencionou que foi acusado de planejar um atentado contra sua própria filha — o que negou categoricamente — e afirmou estar sendo alvo de ameaças de morte, inclusive de um primo que, segundo ele, teria sido pago para assassiná-lo.
“O Adriano está recebendo muito dinheiro para me assassinar. Minha tia ligou desesperada para minha mãe”, declarou em uma das falas, acrescentando que prefere morrer a ser preso. Tagliaferro também afirmou conhecer informações comprometedoras contra o ministro Alexandre de Moraes, chegando a dizer que poderia “acabar” com ele, caso falasse tudo o que sabe.
O caso gera novos desdobramentos no embate entre membros do Judiciário e vozes críticas, como Oswaldo Eustáquio, que segue denunciando supostos abusos do STF e medidas consideradas autoritárias.
