O ato político promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (8), para marcar dois anos das manifestações de 8 de janeiro de 2023, foi notavelmente esvaziado. A ausência dos presidentes dos Três Poderes e a baixa adesão popular transformaram o evento em um episódio mais simbólico do que efetivo, reforçando críticas de que o governo estaria utilizando a data para fins políticos.
Com um público estimado em cerca de mil pessoas, o “abraço pela democracia” na Praça dos Três Poderes teve como maior destaque o discurso da primeira-dama, Janja Lula da Silva, que não ocupa cargo público. A fala de Janja, que enfatizou o “ódio” como motivador dos ataques às instituições, soou a muitos como desproporcional diante do vazio do evento e alimentou críticas ao protagonismo que vem assumindo no governo.
A ausência dos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal gerou especulações sobre o isolamento de Lula no ato. Mesmo com a presença de alguns ministros do STF e integrantes do governo, a cerimônia não conseguiu atrair a atenção da população, formada majoritariamente por militantes do MST e idosos, sem mobilizações expressivas de outras bases políticas.
O esvaziamento do evento e a centralidade de figuras como Janja e artistas ligados ao PT levantaram questionamentos sobre a eficácia e a legitimidade do uso político da data. Para muitos, o governo falhou em transformar o ato em uma demonstração de força e unidade, o que evidencia desafios em manter sua narrativa sobre os ataques de 8 de janeiro como um marco na defesa da democracia.