Dominik Tarczynski, parlamentar da Polônia, reage com indignação à intimação de Bolsonaro na UTI e diz que o Brasil vive uma escalada de perseguição política.
A atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a causar repulsa internacional. O eurodeputado Dominik Tarczynski, do Parlamento Europeu e membro do partido conservador polonês Lei e Justiça (PiS), apresentou um projeto de resolução propondo sanções contra Moraes nos países da União Europeia.
A iniciativa veio depois da cena chocante de intimação judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), internado em estado delicado na UTI de um hospital em Brasília. Bolsonaro está em recuperação de uma cirurgia no intestino, consequência das sequelas do atentado sofrido em 2018. Mesmo assim, foi alvo de uma ação considerada abusiva por aliados, juristas e observadores internacionais.
“Acabei de ver o vídeo do presidente Bolsonaro no hospital sendo visitado por uma oficial de Justiça. Isso é inaceitável”, afirmou Tarczynski em vídeo nas redes sociais. “A União Europeia precisa tomar providências agora. Não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo no Brasil.”
“Eu vivi sob o comunismo. Sei como isso começa”, alerta eurodeputado
Tarczynski, que viveu a infância sob o regime comunista da antiga Polônia socialista, foi direto ao ponto: comparou a conduta de Moraes com práticas totalitárias que marcam regimes opressores. Para ele, o ministro brasileiro atua para “suprimir opositores políticos”, em clara ruptura com os princípios da democracia.
O parlamentar ainda classificou as ações do STF como uma afronta aos direitos humanos, e reforçou que a perseguição a líderes conservadores não é exclusividade do Brasil: “Trump, Milei e agora Bolsonaro — os inimigos da esquerda são sempre os mesmos: quem ousa pensar diferente.”
The Times repercute com espanto: “Bolsonaro é intimado na UTI”
A repercussão da decisão de Moraes rompeu as fronteiras nacionais. O prestigiado jornal britânico The Times publicou vídeo da intimação judicial em sua conta oficial do Instagram, acompanhado da legenda:
“O ex-presidente brasileiro foi intimado judicialmente enquanto se recupera em um hospital.”
A publicação ressalta que Bolsonaro tem cinco dias para responder às acusações de suposta tentativa de golpe — algo que seus aliados classificam como mais uma manobra para desmoralizar o ex-presidente e impedir sua participação política.
Aliados denunciam abuso e intimidação judicial
Parlamentares e lideranças próximas a Bolsonaro reagiram com revolta à cena que viralizou nas redes. Intimar um paciente na UTI, em meio a um pós-operatório delicado, foi classificado como “crueldade institucional” e “abuso de poder”.
A justificativa apresentada pelo STF — de que “se Bolsonaro pode fazer lives, pode assinar documentos” — foi recebida como um deboche diante do quadro clínico do ex-presidente.
O senador Magno Malta (PL-ES) declarou:
“O que estão fazendo com Bolsonaro é desumano. O Supremo se afastou da Constituição. Isso é perseguição escancarada, e o mundo está vendo.”
“O Brasil não está sozinho”, diz Tarczynski
Ao finalizar sua fala, o eurodeputado deixou uma mensagem direta ao povo brasileiro:
“Acreditem, vocês não estão sozinhos. Nós, na Europa, sabemos como é viver sob regimes autoritários. E estamos atentos. Se necessário, reagiremos com sanções e pressões diplomáticas para defender a democracia.”
Com isso, cresce a pressão internacional sobre Alexandre de Moraes e o STF. O caso da intimação de Bolsonaro na UTI pode se tornar um divisor de águas, colocando a atuação do Judiciário brasileiro sob o escrutínio de organizações internacionais e governos estrangeiros.