A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, teve o visto americano revogado, segundo comunicado divulgado pelo partido nesta sexta-feira (26).
O Consulado dos EUA em São Paulo informou na última segunda-feira (22) que havia obtido informações que tornariam Coradi inelegível para entrar no país, sem detalhar os motivos. A dirigente teve três dias úteis para apresentar explicações e enviou sua resposta na quinta-feira (25). No entanto, o consulado confirmou a revogação do visto nesta sexta.
Histórico do visto e alegações de motivação política
Paula Coradi contou que havia obtido o visto anterior em 2018, com validade de dez anos, mas precisou solicitar um novo documento após o extravio do passaporte. Com o visto renovado, participou recentemente de um evento em Chicago com lideranças de esquerda americanas.
Segundo ela, a revogação é “motivo político”, e não um ataque pessoal.
“Não é um ataque pessoal, mas um ataque ao PSOL pelo nosso comprometimento com a soberania”, declarou Coradi à Folha de S.Paulo.
O Consulado americano não se pronunciou até o momento sobre as razões formais para a medida.
Contexto de outras revogações
A decisão ocorre no mesmo ano em que o governo dos Estados Unidos revogou os vistos de diversas autoridades brasileiras e de seus familiares. Entre os afetados estão:
- O ministro do STF, Alexandre de Moraes;
- Integrantes do Ministério da Saúde do governo Dilma Rousseff, ligados ao programa Mais Médicos;
- O atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski;
- O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias.
O governo americano justificou parte dessas revogações citando decisões judiciais brasileiras envolvendo redes sociais, o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no STF e a exploração de profissionais de saúde cubanos no Mais Médicos.