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quarta-feira, 20 agosto, 2025
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EUA rejeitam questionamentos do Brasil na OMC sobre tarifas, mas aceitam iniciar consultas

Por Alexandre Gomes

Os Estados Unidos responderam oficialmente ao pedido do governo brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Em sua manifestação, a delegação norte-americana deixou claro que considera a medida ligada à segurança nacional, o que, segundo eles, torna o assunto “político” e fora do alcance da resolução de litígios pela OMC.

Apesar da negativa em aceitar que a questão seja julgada pelo órgão multilateral, Washington demonstrou abertura para iniciar consultas diretas com o Brasil, em uma data a ser definida de forma bilateral. Isso significa que haverá espaço para diálogo, mas não a garantia de uma mediação formal por parte da OMC.

Justificativas dos EUA

O governo americano alega que as tarifas são necessárias para proteger a economia diante de déficits comerciais persistentes. Além disso, apontou que ações internas do Brasil estariam prejudicando a competitividade das empresas dos EUA. Entre os fatores citados estão:

  • a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em temas envolvendo big techs;
  • o impacto do Pix, sistema de pagamentos instantâneos brasileiro;
  • e questões relacionadas à agenda ambiental.

Segundo a visão americana, esses elementos configurariam barreiras indiretas e desequilíbrios comerciais, justificando a adoção das tarifas.

Posição do Brasil

O Brasil, por sua vez, levou o caso à OMC justamente por considerar que as tarifas são ilegítimas e contrárias às regras do comércio internacional. Para o Itamaraty, o argumento de “segurança nacional” não deve servir como escudo para práticas consideradas protecionistas.

Ainda assim, diante da postura dos EUA, o Brasil terá de decidir se insiste em levar a disputa adiante no âmbito multilateral ou se aposta na via diplomática, por meio das consultas bilaterais.

O que está em jogo

O episódio reforça o desafio enfrentado pelo Brasil em manter sua competitividade em um cenário de tensões comerciais. Ao mesmo tempo em que tenta se colocar como ator relevante na OMC, o país lida com a pressão de potências como os EUA, que cada vez mais utilizam o argumento da segurança nacional para escapar de arbitragens internacionais.

Para analistas, o movimento de Washington pode sinalizar um endurecimento nas relações comerciais e colocar à prova a capacidade de negociação do governo brasileiro, que já enfrenta dificuldades em outros temas da política externa.

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