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sexta-feira, 22 agosto, 2025
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EUA reagem à ameaça de Moraes contra bancos brasileiros

Por Alexandre Gomes

Embaixada em Brasília cita Lei Magnitsky, critica abuso de poder judicial e cobra posicionamento do governo Lula

A tensão entre Brasil e Estados Unidos ganhou novos contornos nesta quinta-feira (21). A Embaixada norte-americana em Brasília reagiu às declarações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ameaçou punir bancos brasileiros caso cumpram sanções impostas pelos EUA sem autorização da Justiça brasileira.

Em nota oficial, a representação diplomática destacou que Washington mantém o “compromisso em responsabilizar violadores de direitos humanos por meio de medidas como as sanções da Lei Global Magnitsky”, frisando que tais medidas “não podem ser enfraquecidas sem gerar consequências financeiras significativas”.

Críticas diretas ao STF e cobrança ao governo Lula

A embaixada não poupou críticas à postura de Moraes, classificando-a como “fundamentalmente equivocada” e parte de um “padrão preocupante de abuso de poder judicial”.

Em um tom de clara cobrança política, a nota ainda questionou:
“Os líderes eleitos do Brasil agirão de forma decisiva para se opor a essa situação?”

O recado foi interpretado como um chamado direto ao governo Lula, que até o momento não se posicionou publicamente sobre o atrito.

Contexto político: impeachment em pauta

O episódio ocorre no mesmo momento em que a oposição, liderada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, intensifica esforços para protocolar um pedido de impeachment contra Moraes no Senado.

Segundo cálculos preliminares, já são 41 assinaturas em apoio à medida — número simbólico, mas que evidencia o descontentamento crescente no Congresso. Para avançar, o processo dependeria da decisão do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do apoio de ao menos 54 senadores.

Sanções da Lei Magnitsky contra Moraes

Alexandre de Moraes foi incluído recentemente na lista de sanções da Lei Global Magnitsky, que impede movimentações financeiras ou negócios em território norte-americano e em qualquer instituição sujeita à jurisdição dos EUA.

Em entrevista à agência Reuters, o ministro tentou minimizar os efeitos das restrições, mas fez uma ameaça direta: bancos brasileiros poderão ser punidos caso obedeçam às ordens de bloqueio impostas por Washington.

Impasse diplomático em ascensão

A reação norte-americana sinaliza que a crise diplomática pode ganhar força. Com Donald Trump novamente no poder em Washington, o endurecimento contra figuras acusadas de abusos de poder, como Moraes, tende a se intensificar.

O silêncio do governo Lula diante da pressão dos EUA revela um dilema: defender um ministro cada vez mais questionado internacionalmente ou preservar relações estratégicas com a maior potência econômica e militar do mundo.

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