O editorial do Estadão critica duramente o papel desempenhado por Fernando Haddad como ministro da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Com o título provocativo “poste de Lula”, o jornal aponta fragilidades na condução econômica de Haddad e questiona sua autonomia e autoridade dentro da gestão petista.
Principais críticas
- Pronunciamento com tom eleitoral
O Estadão classifica o recente anúncio do pacote fiscal, feito por Haddad, como uma peça de propaganda eleitoral, com forte viés populista e poucas bases técnicas. Para o veículo, o tom eleitoreiro do governo enfraqueceu a seriedade da proposta, que deveria ter focado em resolver os desafios fiscais do país.
- Falta de autonomia
Segundo o editorial, Haddad não tem força política para contrabalançar o controle de Lula sobre a agenda econômica, algo que o jornal considera essencial para o sucesso de um ministro da Fazenda.
— “Ninguém conseguiria conter o ímpeto eleitoreiro de Lula”, admite o texto, mas reforça que o ministro não demonstra a robustez de figuras históricas como Delfim Netto, Mario Henrique Simonsen ou Pedro Malan, que exerceram liderança sólida sobre a política econômica.
- Isolamento da equipe econômica
O texto descreve Haddad como enfraquecido e isolado dentro do governo, incapaz de resistir às pressões das forças políticas que influenciam a gestão.
- Contradições no modo lulista de governar
O Estadão destaca que o estilo de governo de Lula prioriza a lealdade política e acenos a diferentes grupos, o que enfraquece figuras centrais como o ministro da Fazenda.
— “O lulismo requer bajuladores fiéis e estímulo aos conflitos internos, mas ignora a necessidade de um ministro da Fazenda com respaldo e autonomia para exercer poder”, pontua o jornal.
- Repercussão do pacote fiscal
O pacote fiscal, que já recebeu críticas por sua falta de clareza e impacto limitado, é apontado como reflexo da “fragilidade” de Haddad no papel de articulador econômico.
Comparações históricas
O editorial compara a posição de Haddad à de ministros da Fazenda de outros governos que, segundo o Estadão, tinham respaldo presidencial para liderar a política econômica. Cita como exemplos Pedro Malan no governo FHC, Delfim Netto no regime militar e Mario Henrique Simonsen, enfatizando que esses ministros tiveram autonomia e apoio presidencial, algo que Haddad parece não ter.
Para o Estadão, a fraqueza de Haddad e o controle centralizador de Lula na agenda econômica colocam o Brasil em uma posição vulnerável. A confiança do mercado, essencial para a estabilidade econômica, depende de um ministro da Fazenda com poder real para tomar decisões técnicas, algo que, segundo o jornal, falta na atual gestão.
A crítica final do editorial reforça a necessidade de Lula conceder mais autonomia a Haddad, permitindo que a política econômica seja conduzida de forma independente e consistente com as exigências do momento.