Após o leilão de arroz realizado pelo governo federal na quinta-feira (6), o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) expressou preocupações sobre a possibilidade de cartel. O governo adquiriu 263 mil toneladas do produto a R$ 5 o quilo. O parlamentar gaúcho planeja acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar.
O leilão foi alvo de contestação pelo partido Novo. Uma liminar concedida na Justiça Federal foi revertida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região, pelo desembargador Fernando Quadro da Silva.
Dos 28 lotes listados no edital do leilão, 17 receberam propostas, arrematados por apenas quatro empresas. Os outros 11 lotes não receberam lances.
Um dos vendedores, Wisley A. de Souza, obteve o contrato para fornecer 147,3 mil toneladas, representando 56% do total. A Zafira Trading entregará 73,8 mil toneladas, o que equivale a 28% do total. Os outros dois fornecedores, Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos e ASR Locação de Veículos e Máquinas, fornecerão juntos 42 mil toneladas, ou 16% do total.
Van Hattem observou que os valores dos lances coincidiram com os preços estipulados no edital, com uma variação máxima de apenas R$ 0,02.
“Quase todos os lances encerraram em R$ 5. Aqueles que não encerraram em R$ 5 terminaram em R$ 4,99, R$ 4,98. E as empresas vencedoras não competiram entre si pelos lotes”, destacou o parlamentar.