Guilherme Boulos, deputado federal pelo PSOL-SP e relator do processo que investiga a acusação de “rachadinha” no gabinete de André Janones, do Avante-MG, apresentou um parecer ao Conselho de Ética da Câmara sugerindo o arquivamento do pedido de cassação do mandato do parlamentar. No entanto, o relatório será revisado na próxima semana devido a um pedido conjunto de prorrogação para análise.
A decisão de Boulos tem sido amplamente criticada como absurda, dada a abundância de provas contra Janones. Entre essas evidências está uma gravação na qual Janones se queixa das despesas durante uma reunião com seus assessores, comunicando sua intenção de reter parte dos salários deles para cobrir gastos que afirma ter incorrido durante a campanha eleitoral.
Os deputados federais Alexandre Leite (União-SP) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB) solicitaram mais tempo para avaliar o caso.
A acusação contra Janones se baseou na denúncia de dois ex-assessores, que incluíram provas de que o deputado exigiu a devolução de parte de seus salários.
A Polícia Federal (PF) está investigando o caso, que envolve um aliado do governo Lula, mas até o momento não há informações sobre seus desdobramentos.
No seu relatório, Boulos afirmou que não há justa causa para o processo, argumentando que os fatos ocorreram “antes de Janones assumir o mandato de deputado federal.”
“Não estamos aqui para julgar se o deputado André Janones cometeu ou não um crime. O relatório se concentra na questão técnica da existência ou não de jurisprudência, considerando que a suposta prática ocorreu antes do início do mandato. Temos precedentes nesse sentido. Não podemos aplicar dois pesos e duas medidas”, declarou Boulos.
