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sábado, 12 outubro, 2024
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Escândalo na Vale: Intrigas políticas e pressões abalam a escolha do próximo presidente

Por Alexandre G.

O processo de seleção para o próximo presidente da Vale, que sucederá Eduardo Bartolomeo a partir de 1º de janeiro de 2025, já está em andamento. De acordo com fontes próximas ao processo e especialistas consultados pelo Estadão, consultorias de headhunting de renome internacional estão sondando executivos de empresas para o cargo. O cronograma estabelecido para a definição e contratação do novo líder da mineradora se estende até o final de novembro.

O comitê do conselho de administração da Vale, encarregado da seleção, iniciou o processo de cotações com várias consultorias, das quais uma será escolhida para buscar o executivo com o perfil desejado. O prazo para essa etapa é até 30 de junho, conforme previsto pela empresa. Posteriormente, uma lista tríplice será formada a partir das entrevistas e avaliações dos candidatos, a ser entregue ao conselho de administração, composto por 13 membros.

A sucessão adquiriu nuances políticas desde que o governo federal, representado pelo Presidente da República, propôs o nome de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, para a presidência da Vale em maio de 2023. No entanto, devido à forte oposição de acionistas e investidores da mineradora, a indicação foi retirada pela União em fevereiro do ano seguinte. Essa pressão política teve como base a participação societária da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, na Vale.

Enquanto isso, o contrato de Bartolomeo à frente da Vale, que vence em 31 de maio, foi prorrogado até o final do ano, após desacordo no conselho em relação à renovação por mais três anos. Essa divergência levou à renúncia de um dos conselheiros, José Luciano Duarte Penido, que citou interferência política e interesses de acionistas como razões para sua saída.

Os principais acionistas da Vale são a Mitsui, Previ, Bradespar, BlackRock e Cosan. O Ministério de Minas e Energia declarou não ter interferência no processo de escolha do novo CEO, enquanto a Vale informou que a sucessão de Bartolomeo está sob responsabilidade do conselho de administração.

Os conselheiros da Vale buscam um processo cuidadoso e dentro das regras de governança corporativa da empresa. Especialistas ressaltam a importância de um processo transparente e pontuam que a demora pode gerar incertezas no mercado de capitais.

Vários nomes estão sendo sondados para o cargo de CEO da Vale, com diferentes perfis e experiências de gestão. Entre eles estão Ruben Fernandes, Gustavo Werneck, Ricardo Lima, Flávio Aidar, João Schmidt e Wilfred Bruijn. Além disso, executivos como Luís Henrique Guimarães, Paulo Caffarelli e Ivan Monteiro também são considerados com potencial para o cargo.

O próximo CEO da Vale deverá ter habilidades técnicas, experiência internacional e capacidade de lidar com entidades públicas e comunidades, especialmente após o incidente de Brumadinho. A busca por um perfil mais político também é destacada como importante para a empresa.

O processo de escolha do novo CEO deve garantir transparência e evitar interferências externas, assegurando que os candidatos tenham oportunidade justa de participar.

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