As declarações de Mauro Cid, apresentadas em um artigo da Revista Veja, oferecem uma perspectiva alternativa sobre as investigações da PF, divergindo significativamente das conclusões oficiais. Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, propõe uma narrativa diferente em relação ao monitoramento do Ministro Alexandre de Moraes, contrapondo-se à versão da Polícia Federal.
De acordo com a PF, auxiliares de Bolsonaro estavam rastreando os voos de Moraes como parte de um plano para capturá-lo em caso de um golpe de estado. No entanto, Cid negou isso e disse que o monitoramento estava relacionado à desconfiança do Bolsonaro em relação ao então vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão, que vinha apoiando as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governo de Bolsonaro.
Em agosto de 2021, Mourão teve um encontro com o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luís Roberto Barroso.
Claro que a Revista Veja, vê essa versão com ceticismo, a considera pouco crível. Porém a história ainda está longe do fim.
A divergência entre as narrativas de Cid e da PF, acrescenta uma nova camada ao debate político no Brasil. Enquanto a verdade continua sendo objeto de investigação, essa história destaca a polarização e a desconfiança que permeiam a política nacional.
Em novembro de 2023, o lançamento do livro “O Tribunal”, escrito pelos jornalistas Felipe Recondo e Luiz Weber, revela ter acontecido um fato muito estranho e ao mesmo tempo revelador. Talvez esse fato explique muito sobre o comportamento do judiciário, em relação ao governo Bolsonaro.
Os jornalistas entrevistaram o ex-ministro do STF, Marco Aurélio de Mello. O ex-ministro confirmou que o STF consultou o alto comando das FFAA, antes de começar a dobrar a aposta contra o então presidente Bolsonaro. O alto comando teria dado carta branca ao STF.
Os ministros do STF mantiveram contatos frequentes com o Alto comando, em particular, com o Alto Comando do Exército, sondando o ânimo dos generais diante de um possível golpe.
Edson Fachin, após assumir a presidência do TSE, em dezembro de 2021, enviou pessoas da sua confiança, para saber a disposição dos comandantes de todos os Comandos Militares
e descobriu que nenhum deles partilhava dos planos contra as urnas eletrônicas.
Percebendo que pisava em terreno seguro, Fachin decidiu, em maio de 2022, deixar de lado a diplomacia com o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, parou de responder perguntas impertinentes sobre as urnas e afirmou que a eleição era assunto das forças “desarmadas.”
Depois, quando Moraes assumiu a presidência do TSE, ele não mediu palavras em uma conversa privada com o ministro da Defesa, que o questionou sobre possibilidade de ser instalado programa espião em todas as urnas. Moraes o respondeu: “Ô, Paulo Sérgio, pode ser que caia um meteoro e destrua a Terra. Tenha a santa paciência”, relata os jornalistas no livro, que também disseram que Moraes considerava Bolsonaro burro.
Seriam esses os motivos que levaram Bolsonaro a desconfiar do seu vice-presidente e consequentemente monitorar essa estreita relação com o STF?
O alto comando nunca defendeu Bolsonaro. Paulo Sérgio questionou Moraes, mas não passou disso.
A fiscalização das FFAA nas eleições foram realizadas a contento?
O relatório das FFAA foi fidedigno?
Havia confiança na relação do presidente Bolsonaro com o alto comando?
Essas são perguntas ainda sem respostas, trazendo sim dúvidas sobre a condução das investigações contra o Tenente Coronel Mauro Cid, contra o próprio ex-presidente Bolsonaro. Mauro Cid parece ser a peça do quebra-cabeça que envolve a relação do alto comando com o ex-presidente Bolsonaro.
Talvez Cid saiba de tudo e deixe o Brasil tomar conhecimento de quem são os verdadeiros traidores da pátria e os verdadeiros conspiradores de golpes e contra golpes. Com tudo que vem acontecendo e sendo revelado aqui e lá fora, há sem dúvida, uma luz no fim do túnel.