O ministro das Comunicações do governo Lula (PT), Juscelino Filho, entregou nesta terça-feira (8) seu pedido de demissão, após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a acusação de envolvimento em desvios de emendas parlamentares quando ainda era deputado federal.
A queda do ministro acontece em meio a uma série de escândalos que vinham desgastando sua permanência no cargo. Deputado licenciado pelo União Brasil do Maranhão, Juscelino é acusado de utilizar a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) como instrumento para desviar recursos públicos.
De acordo com a denúncia, Juscelino direcionou emendas parlamentares para obras em uma estrada que, em mais de 80% de sua extensão, beneficia exclusivamente suas próprias fazendas, localizadas no município de Vitorino Freire (MA). A cidade foi administrada por sua irmã, Luanna Rezende, também investigada pelos mesmos esquemas.
Apesar das acusações, o agora ex-ministro nega qualquer irregularidade. No entanto, a pressão política e a repercussão negativa das denúncias acabaram forçando sua saída. A decisão foi tomada durante um almoço reservado em Brasília, com a presença da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, além de lideranças do União Brasil, na residência do presidente da legenda, Antonio Rueda.
A queda de Juscelino representa mais uma dor de cabeça para o governo Lula, que já enfrenta sérias críticas por alianças com partidos do centrão e pela proteção de aliados acusados de corrupção. A oposição agora pressiona para que o escândalo não termine apenas com a demissão e que haja punição exemplar para o desvio de recursos públicos.
Além da denúncia na PGR, a atuação de Juscelino será investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e por comissões no Congresso Nacional. A oposição promete manter o caso em evidência como símbolo do que chamam de “velhas práticas do petismo disfarçadas de nova política”.