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sábado, 19 julho, 2025
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Empresários pedem cautela a Alckmin e defendem evitar retaliação aos EUA por tarifa de Trump

Por Alexandre Gomes

Em reunião com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, nesta terça-feira (15), representantes do setor produtivo brasileiro pediram ao governo que evite retaliar os Estados Unidos após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, feita pelo presidente norte-americano Donald Trump. A medida entra em vigor no próximo dia 1º de agosto.

Além de Alckmin, participaram do encontro os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil), além de representantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e executivos de 18 associações e empresas de grande porte.

Setor produtivo defende diálogo e alerta para riscos econômicos

O setor produtivo pediu mais tempo para negociar com os EUA e sugeriu um adiamento de 90 dias na implementação da tarifa, alegando que os 15 dias restantes são insuficientes para formular uma proposta técnica viável.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, pediu pragmatismo:

“Não é prudente retaliar em uma relação comercial que sempre foi complementar. Precisamos evitar a contaminação política do debate.”

Segundo projeções da entidade, a tarifa pode eliminar 110 mil empregos e afetar diretamente o PIB nacional, além de comprometer setores como o agronegócio e a indústria de transformação, que têm forte dependência do mercado norte-americano. Empresários também destacaram que não há mercado alternativo de curto prazo que substitua os EUA nas exportações brasileiras.

Governo resiste a estender prazo

Apesar dos apelos, Alckmin descartou, por ora, um pedido formal de prorrogação:

“A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas sim resolver a situação até o dia 31.”

Ele também enfatizou que há canal de diálogo aberto com os norte-americanos, citando conversas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutenich, e com representantes do USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA).

Agronegócio já sofre impactos

À tarde, Alckmin se reuniu com lideranças do agronegócio, setor mais afetado pela medida. O presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirmou que frigoríficos já estão interrompendo a produção para os EUA, e alertou que 30 mil toneladas de carne bovina estão nos portos ou a caminho do país.

Alckmin reconheceu a urgência:

“Estamos falando de produtos perecíveis e embarques já em andamento. É uma questão urgente.”

Nesta quarta-feira (16), o governo se reunirá com representantes das câmaras de comércio Brasil-EUA, da indústria química, de cooperativas agrícolas, empresas de software, centrais sindicais e confederações patronais para buscar uma resposta estratégica.

A expectativa do setor produtivo é que o governo adote uma postura diplomática e técnica, para preservar empregos e evitar prejuízos bilionários no comércio exterior brasileiro.

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